Não há como negar: dispositivos de realidade virtual são a forma perfeita para reproduzir jogos de ritmo. Ao longo dos últimos anos, esses acessórios deram a oportunidade para que vários títulos se consolidassem e se destacassem em uma concorrência de altíssimo nível.
E em meio a esse cenário super disputado, mais um game surge no PlayStation VR2: Audio Trip. Aqui, temos um projeto voltado quase que exclusivamente para a dança, trazendo novidades pouco exploradas por seus competidores.
O resultado? Uma mistura de adrenalina, treino de alta intensidade e muito, mas muito cansaço. E se você está esperando uma alternativa para o cardio diário ou, até mesmo, para a academia, temos aqui uma excelente sugestão.
Siga o ritmo
Audio Trip é um jogo musical baseado em coreografia. O estúdio Kinemotik Studios o criou a partir de rastreamento real dos movimentos, permitindo que todas as faixas sejam jogadas por meio de passos orgânicos, coerentes e altamente dinâmicos.
Ao todo, o game conta com 32 músicas dos mais diversos ritmos, mas todas focadas na eletrônica e no pop internacional. O destaque fica por conta de grandes artistas contemplados, como Deadmau5, Lady Gaga, Psy e Skrillex.

Outro destaque de Audio Trip fica para os diversos modos de jogo. Logo ao acessar o menu principal, você pode escolher um modo de “Free Play” ou a Campanha. Na jornada, é preciso obter estrelas (ranking da música) para destravar outras, enquanto o modo livre oferece uma vasta seleção de alternativas.
Mesmo nos níveis mais fáceis, o título funciona basicamente como um simulador de atividade física. Não se trata apenas de mexer os braços para tocar ou bater em blocos; sim sobre acompanhar movimentos, realizar passos em Escala do Ambiente (única opção de rastreamento) e literalmente dançar.
Não tenha vergonha de se soltar
Audio Trip funciona muito bem como uma experiência de dança. Seu gameplay é estilo “corredor” assim como Beat Saber e outros do tipo, mas com algumas particularidades que são reaproveitadas com excelência de concorrentes.
Há uma ação de segurar o fluxo igual em Synth Riders, outra de dar socos e esquivas ao melhor estilo Beat the Beats… São vários elementos que criam uma experiência bastante eficiente, seja como um jogo de videogame ou como atividade física.

Além das 32 músicas, Audio Trip também conta com várias opções no modo livre. Através dessa alternativa, você pode escolher qualquer faixa para dançar, bem como um modo multiplayer para competir com amigos em tabelas de classificação.
O sistema também notifica quando o modo Cardio é selecionado. “Esse é um modo de alta intensidade”, diz o jogo. E realmente ele faz jus à ideia: as batidas são bem mais próximas, exigindo reflexo para entender a cor e a mão a ser utilizada, bem como espaço em sua sala para se abaixar e saltar para as laterais.

Já os níveis de dificuldade são uma questão a parte. Eles estão inseridos na campanha de Audio Trip e no modo livre, mas vale um adendo: a curva de progressão é bastante alta de um para outro.
O fácil, por exemplo, tem lá seus desafios, mas o salto para o Normal é absurdo. E se já é quase impossível dançar sem errar nesse modo, imagine como as coisas ficam quando o Difícil é selecionado. Isso facilmente afasta quem deseja mais desafios, pois os requisitos de movimento passam a ser, muitas vezes, incompatíveis com a própria ideia de um acessório em RV.

Outro tópico que vale a pena mencionar são os modificadores. Durante a campanha, algumas músicas apresentam um ícone verde. A partir disso, quando você dançá-la, verá algumas mudanças consideráveis na jogabilidade, como a redução no tamanho das mãos que exige passos muito mais precisos.
Também há a opção de habilitar um avatar por meio das configurações. Ele aparece logo na sua frente por meio de uma silhueta amarela e dá pistas sobre os movimentos, realizando uma dança perfeita e ajustada ao corredor.
Estética minimalista e personalizada
A estética de Audio Trip é muito bonita. Seus menus futuristas são agradáveis ao olhar e têm informações claras e compreensíveis, estando longe de poluir a tela ou de encher de informações desnecessárias.
Além disso, a transição entre áreas é rápida e destaca a excelente otimização do jogo, que roda a mais de 90 fps e com uma estabilidade absurda. E caso você queira personalizar o sistema, há opções para mudar a cor dos blocos e dos efeitos, com paletas quase infinitas.

Outra coisa legal diz respeito ao editor. Essa ferramenta é a customização suprema que permite inserir suas próprias músicas e sincronizá-las com passos originais coreografados pelo próprio jogador.
Infelizmente, o jogo não está localizado em português do Brasil. Tudo é em inglês, mas a intuitividade e a facilidade de navegação tornam esse ponto praticamente irrelevante.
Audio Trip é uma experiência marcante e muito real
Obviamente, Audio Trip é um jogo de videogame. Mas se você forçar muito, mas muito pouco, verá que ele é muito mais do que isso: uma experiência rítmica que mexe com todas as suas articulações de forma orgânica.
A lista de músicas não é tão grande, mas oferece uma boa quantidade de conteúdos para os jogadores, que podem ser aproveitados por horas e horas. Além disso, o título chega ao PS VR2 com um ótimo desempenho, criando momentos agradáveis e bastante cansativos (no bom sentido).
Se você está buscando algo que se diferencia por meio das particularidades e testará suas condições físicas, Audio Trip é um excelente pedido. Seus dias de academia e de exercícios nunca mais serão os mesmos.
Intenso e dinâmico, Audio Trip é um dos melhores grandes de ritmo dos últimos anos. O título em VR se destaca pela ação de alta intensidade e por ser um jogo de dança bastante funcional.
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som
- Diversão