Eu preciso começar esse review de Beyond Good & Evil – 20th Anniversary Edition esclarecendo uma coisa – eu nunca joguei o original. Eu já havia escutado muitos comentários positivos sobre a aventura protagonizada por Jade, mas, infelizmente, não tive a oportunidade de jogar o game na época de seu lançamento, lá em Novembro de 2003.
Para a minha surpresa, e felicidade, a Ubisoft puxou uma edição nova da cartola, trazendo repaginações visuais, atualizações na jogabilidade e muito mais, ajudando a atenuar os sinais de envelhecimento de uma obra com 21 anos de idade.
Se você se considera uma pessoa preguiçosa, quer pular nosso review de Beyond Good & Evil – 20th Anniversary Edition e quer saber logo se o jogo vale a pena, a resposta é: definitivamente sim! Falarei em detalhes por que acho isso no texto abaixo!
Jornalismo com pitadas de porradaria
Nossa protagonista, Jade, é uma jornalista que acaba se vendo no meio de uma conspiração envolvendo os DomZ, uma raça alienígena que está atacando seu planeta.
Diferente do que se espera, Jade possui um cajado e consegue se virar muito bem em combate. A história, com cerca de 6 horas de duração, coloca a protagonista invadindo bases e áreas secretas para coletar pistas para a governadora com o intuito de desmascarar uma organização dominante no planeta.
A história é simples e direta ao ponto mas a cereja do bolo está presente na interação de Jade com os personagens da trama. Os diálogos entre Jade e seu tio Pey’j são excelentes e bem humorados, fazendo com que os jogadores construam um laço imediato com ambos os personagens.
Chega a ser positivamente assustador o quão bem amarrado todos os sistemas do jogo são. Por exemplo, a mesma câmera que usamos para fotografar as provas para a Governadora, é usada para fotografar a fauna do planeta.
Cada foto das espécies orgânicas rendem créditos que podem ser usados para comprar itens de cura, reparos para o hovercraft e até incrementos para o HP de Jade ou do barco. Os aliados, mais do que coadjuvantes, possuem habilidades ativas que abrem passagens nas missões, além de servirem como um stun contra inimigos.
Cada sistema do jogo existe com propósitos claros e isso é raro de se ver hoje em dia. Em meio a tantos games repletos de contéudos para “encher linguiça”, é bom ter um contato com a filosofia antiga de Game Design onde raramente víamos excessos.
Com uma trama convincente, uma lore rica e uma localização dos textos impecável em PT-BR, a campanha de Beyond Good & Evil dura cerca de 6 a 8 horas, tornando-se um aperitivo fantástico para ser consumido entre AAAs massivos. O jogo conta com um modo speedrun que, na minha opinião, acaba sendo bem desnecessário.
“Indiana” Jade
Pra um jogo com 21 anos de idade, Beyond Good & Evil envelheceu bem demais. Muitas de suas mecânicas exalam a era de ouro dos jogos que mesclavam aventura e plataforma, como Ratchet and Clank e Jak & Daxter.
O level design do jogo é fabuloso. Ora estamos invadindo fábricas para coletar evidências, ora estamos lutando contra uma Serpente Marinha gigantesca usando nosso Hovercraft. Além disso, o conteúdo secundário do jogo é bem robusto.
Temos minigames, como o Air Hockey, hubs que servem como locais de upgrades, como a lendária Oficina Mammago, armazéns com pérolas, corridas de barco.. Os colecionáveis foram muito bem integrados ao jogo, servindo para adquirirmos melhorias para o barco e para ganhar créditos e melhorar certos aspectos de Jade como HP e dano causado.
Uma coisa que me deixou maravilhado é o quanto os NPCs aliados são integrados de fato no game. Eles são usados constantemente na resolução de puzzles, tanto para encontrar salas com tesouros, tanto no caminho principal da quest. Isso colabora para que um laço seja formado com o jogador e é um recurso que é pouco usado nos jogos modernos.
Como mencionei mais acima, todos os elementos da experiência servem um propósito. Não existem excessos aqui.
Uma edição pomposa
Apesar do jogo ter se sustentado bem, a nova edição traz repaginações visuais excelentes.
Temos novas texturas pros personagens, trilha sonora remasterizada, suporte para 4K e 60 FPS. As vegetações e expressões faciais estão mais detalhadas, fazendo com que as cutscenes se tornem mais imersivas.
Tecnicamente falando, é um trabalho que respeita o amor dos fãs pela franquia e que perpassa a barreira de ser um simples port. Não tive nenhum crash, queda de frame ou bug e todos os troféus caíram corretamente.
Outro ponto digno de nota é que graças ao PlayStation 5, praticamente não existem loadings no game, o que é muito bem vindo!
Review de Beyond Good & Evil – 20th Anniversary Edition: Vale a pena!
Esse meu primeiro contato com a franquia foi tão bom que agora estou extremamente ansioso pela (demorada) sequência. Toda a lore construída pela Ubisoft, os personagens e o carisma de Jade me conquistaram e, arrisco a dizer, que a edição vai conquistar qualquer pessoa que der uma chance para ela.
O jogo reúne tudo que a Ubisoft tem de melhor, elementos que transformaram a publisher em um grande player do mercado, portanto, deixo aqui minha total recomendação!
Beyond Good & Evil - 20th Anniversary Edition ajuda a imortalizar um clássico que merece ser jogado por todos!
- Narrativa
- Jogabilidade
- Visuais
- Som
- Desempenho