Elden Ring finalmente está entre nós! Vencedor de diversos prêmios antes mesmo de ser lançado, incluindo o de Jogo mais Aguardado de 2022, a pergunta que não quer calar é a seguinte: ele faz jus a todo o hype criado? Pode sorrir, meu nobre Maculado. Elden Ring é a obra suprema da FromSoftware e um dos melhores jogos de mundo aberto já criados na história. Agora você deve estar pensando: “que exagero”. Por isso, te convido para ler este review onde comento ponto a ponto.
A Canção dos Maculados
A história de Elden Ring foi construída de maneira similar às poesias medievais. Essas construções literárias, como a Canção dos Nibelungos, colocavam em evidência a coragem dos cavaleiros e a enorme bravura que esses soldados apresentavam. Curiosamente, muitos pontos do jogo podem ser facilmente conectados ao Renascimento. Caso você não se lembre, durante este período histórico, o Teocentrismo deixou de ser o foco, dando lugar ao Humanismo. Vou explicar mais sobre isso logo abaixo.
Na nova obra do estúdio japonês, os jogadores assumem o papel de um Maculado. Os guerreiros dessa Ordem pretendem reunir as Grandes Runas, divididas entre os Lordes Caídos, para se tornarem o Lorde Prístino, o receptáculo do Anel Prístino. Após a obtenção do poder, o Maculado supostamente vai conseguir reestabelecer a ordem no mundo.
O universo do jogo está em um caos absoluto graças a corrupção da Ordem Áurea. Essa Ordem era composta pelos filhos de Marika, a antiga Lorde Prístino. Filhos de uma Deusa, esses Semideuses cresceram o olho pelo poder e começaram a travar disputas entre eles, fazendo com que a Graça (seus poderes) se espalhasse para os Maculados. Com a Corrupção, os Lordes acabaram ficando loucos e se transformaram em seres grotescos. É aí que entra toda a história de Renascimento que mencionei acima. Nosso papel no jogo é desafiar o Divino e fazer com que um Maculado, de origem mundana, se torne o novo Lorde Prístino.
Essa ideia de Epopeia Medieval é transmitida através da trilha sonora do game, de suas construções arquitetônicas e até mesmo na escolha de palavras dos personagens. O inglês e os termos usados são bem rebuscados e de difícil entendimento. A narrativa é contada da maneira padrão do estúdio. Se prepare para ler a descrição de todos os itens, esgotar as opções de diálogos com todo e qualquer personagem que você encontrar e observar bem os cenários. A apresentação fragmentada da história certamente ajuda muito a criar interesse pela mesma, contudo, o entendimento acaba sendo prejudicado. Graças a sua estrutura em mundo aberto, você pode encontrar um NPC que faz parte do final da quest de outro que você não avistou ainda.
Agora que você já consegue visualizar o nosso objetivo no game, vale mencionar que existem três finais diferentes, portanto, as próprias mecânicas do jogo te incentivam a completar a jornada múltiplas vezes para obter um melhor entendimento da narrativa. As missões secundárias enigmáticas retornam e estão ainda melhores. Muito mais entrelaçadas na narrativa principal, os personagens secundários de Elden Ring são memoráveis e carregam consigo uma história complexa que desperta e muito a curiosidade por parte de quem joga. Não tenho dúvidas de que Alexander, o Pot Friend, se tornará tão conhecido e aclamado quanto Siegmeyer de Catarina, nosso eterno “Cebolão”. Como sempre, o mundo do jogo e seus habitantes são traiçoeiros e nem sempre querem de fato te ajudar. Fica o aviso: cuidado em quem você confia!
Uma informação importante: membros do próprio estúdio haviam afirmado que a campanha leva em torno de 30 horas para ser concluída. Bom, em condições normais, isto é: você jogar sem guia e não ser o melhor jogador de Soulslike do mundo, pode se preparar para gastar pelo menos 50 horas para concluir um dos finais do jogo.
Em Nome do Anel Prístino
Construir uma jogabilidade responsiva, viciante e com um enorme leque de possibilidades certamente é um dos Dez Mandamentos da FromSoftware. Elden Ring não fica devendo em nada para seus “irmãos”, sendo fruto do trabalho de décadas, o game reúne elementos de Bloodborne, Sekiro: Shadows Die Twice e Dark Souls, entregando a experiência suprema do estúdio. O time de desenvolvimento pode facilmente ser comparado a uma espécie de Ferreiro que aprimora sua técnica durante anos, para então entregar sua melhor obra.
Graças a adição de botões para agachar e pular, a mobilidade do jogo foi aprimorada absurdamente e, juntamente com isso, as possibilidades no que tange o combate. Quer ser uma espécie de ninja capaz de se esgueirar sorrateiramente pelos acampamentos inimigos e matar todos pelas costas? É possível. Quer jogar como um Samurai letal, capaz de abater boa parte dos grupos de inimigos com um arco ou itens táticos como bombas? É possível. Não quer sujar as mãos e prefere invocar Espíritos para fazer seu trabalho sujo? Vai fundo. O jogo tenta ao máximo não limitar os jogadores.
Como mencionei acima, o botão de Pulo trouxe consigo uma maior verticalidade, facilitando a exploração e causando mudanças profundas no que tange o combate do jogo. Herança de Sekiro, dominar um terreno e usar a diferença de nivelamento dele ao seu favor é vital para obter algumas vitórias contra chefes. Por falar em Chefes, se prepare. O jogo conta com dezenas deles e os bosses no caminho principal vão fazer você querer quebrar o controle. Mais agressivos do que nunca, a experiência obtida pela FromSoftware no passar dos anos permitiu que o estúdio construísse as melhores lutas contra chefes em toda a indústria. Agora, os chefes principais possuem um leque bem maior de golpes e uma janela menor de vulnerabilidade, demandando um nível maior de habilidade e concentração por parte de quem joga. Uma mudança bem positiva é que eles estão um pouco mais vocais, revelando diversos detalhes da história e de suas próprias motivações nas cutscenes que antecedem a luta. Não irei dar mais detalhes para não prejudicar sua experiência, mas, espere por embates épicos, recheados de cenas grotescas e mirabolantes no padrão FromSoftware! Para ajudar com a quantidade absurda de mortes, o jogo conta com um novo objeto chamado de Estátuas de Marika. Estes ídolos de adoração à Deusa servem como checkpoints antes da batalha contra os chefes.
Um ponto relativamente negativo é que os chefes opcionais no geral são bem fáceis quando comparados aos embates da rota principal do jogo. Com exceção de uma luta ou outra, os adversários encontrados no final dos Calabouços representam pouco perigo ao jogador e devem ser facilmente abatidos até pelos piores jogadores. Por falar em Calabouço, inspirados nos Cálices de Bloodborne, estas dungeons são espalhadas pelos mapas e trazem um excelente frescor ao jogo. É durante a exploração destes locais que o game volta a ser linear como os títulos prévios do estúdio e, a cereja do bolo, é que você não faz a mínima ideia do que te espera no final de cada dungeon. Seja um Troll de Bronze com grande resistência física ou um Gladiador letal, saiba que o jogo sempre vai premiar sua curiosidade com recompensas fantásticas.
Uma dica: não se apegue tanto às suas origens (classes). Elas apenas ditam sua build e itens iniciais mas praticamente tudo pode ser trocado rapidamente e recomendo ajustar seu conjunto de atributos conforme as dificuldades que você encontrar ao longo da jornada. Outra dica: ao criar seu personagem, você tem direito a escolher um Keepsake (a famosa lembrancinha). Recomendo fortemente você optar pela Semente Dourada. Entregue esse item em uma Graça (a nova fogueira) e você começa o jogo com um Frasco de Lágrima a mais (usado para recuperar HP ou Foco/Mana).
Grandes Responsabilidades, Grandes Poderes
Uma discussão que marcou bastante o período de anúncio e promoção do jogo foi a sua similaridade com Dark Souls. Em virtude disso, muitos jogadores passaram a chamar o título de Dark Souls 4. Bom, eles estavam parcialmente corretos. Elden Ring é uma junção entre Bloodborne, Sekiro e Dark Souls, com o acréscimo de diversas mecânicas criadas especialmente para ele! A principal delas diz respeito a Runa Grande. Ao derrotar um Lorde principal, nós adquirimos a sua respectiva runa. Imbuída com um poder especial, afinal, elas são fragmentos do Anel Pristino, essas Runas precisam ser ativadas em um altar antes de poder ser equipadas. A primeira Grande Runa do jogo aumenta em +5 todos os atributos do jogador. É, você entendeu direito. A Runa basicamente te concede 40 níveis enquanto estiver ativa. É aí que entra o jeitinho FromSoftware de ser. Caso você morra, o efeito é perdido e é necessário reativar a Runa. O problema é que o item necessário para fazer isso é bem raro. Logo, o sistema traz um pouco de gerenciamento de recursos, obrigando o jogador a pensar qual o melhor momento para ativar a Runa.
Outro recurso fantástico é a possibilidade de invocar e de convocar espíritos. Esses summons acabam ajudando e muito nas batalhas, principalmente contra chefes. Antes que você pense que isso facilitou o jogo, saiba que um balanceamento foi feito e as invocações causam pouco dano e são facilmente abatidas. Contudo, os lobos continuam sendo vitais para atrapalhar os chefes e garantir uma vitória menos turbulenta. O recurso é bem atrelado a história principal e algumas missões secundárias possuem ligação direta com esses espíritos. Vale mencionar que o tratamento dado a esses espíritos é o mesmo dado aos armamentos. Por serem itens equipáveis, os jogadores conseguem melhorar cada espectro num NPC específico. Aproveitando a deixa, ainda é possível melhorar as armas e escudos. As armas comum agora evoluem até assustadores +25 e os equipamentos especiais vão até o +10.
Por falar em auxílio em batalhas contra chefes, o sistema de produção de itens (crafting) finalmente chegou em um jogo da FromSoftware. Dá pra criar um leque bem amplo de itens, como bombas, flechas com efeitos especiais, pedras mágicas e por aí vai. Para aprender as receitas é necessário adquirir livros que podem ser comprados, encontrados pelo mapa ou dados como recompensa em missões. Como estou jogando como Prisioneiro (Mago/Guerreiro), confesso que malmente fiz uso do sistema. Claro que isso pode mudar a medida que eu adquirir receitas mais interessantes, mas, até então, o crafting tem sido opcional até demais. Graças a presença dele, e de um mundo aberto, o jogo lembra muito Far Cry no quesito coleta de recursos. Temos vários animais vagando pelo mundo que podem ser mortos para obter itens de construção. A quantidade de vegetais também está absurda.
A customização das armas também se faz presente e em grandíssimo estilo. Graças ao novo sistema de Cinzas da Guerra, Elden Ring permite uma personalização de armamentos bem robusta e jamais vista num jogo do estúdio. Através dessas Cinzas os jogadores podem modificar as habilidades de uma arma e mudar suas afinidades, aplicando efeitos como veneno, fogo, magia ou foco em força. A equipe colocou tanto carinho e importância nesse sistema que eles decidiram até permitir a duplicação dessas Cinzas da Guerra, permitindo que uma mesma Cinza seja aplicada em mais de um equipamento diferente. O recurso certamente será celebrado pelos jogadores que amam estudar e montar builds. Ele permite um leque absurdo de possibilidades, fazendo com que cada jogador batalhe de sua própria maneira.
Admirável Mundo Novo
O estúdio decidiu se render a tendência e estruturou Elden Ring em um imenso mundo aberto. Muitas mecânicas, consideradas “leis” em outros jogos da equipe, foram quebradas. A mais óbvia que podemos citar é presença de um Mapa do Mundo. O mapa faz com que o jogador se localize de maneira mais fácil e adicione marcadores para voltar na região depois caso algum inimigo poderoso bloqueie seu caminho. Mas não vá achando que a FromSoftware ia facilitar tanto assim. O mapa é bloqueado através de uma espécie de “névoa”. Para torná-lo nítido, é necessário procurar Fragmentos de Mapa. A mecânica é interessante por dois motivos. Ela insere uma pequena noção de cartografia e, bom, incentiva o jogador a desbravar o mundo sem um reconhecimento prévio da área.
Por falar em área, cada Lorde reside numa região diferente e, como já era de esperar, cada região tem suas próprias nuances e inimigos. Um lugar tem predominância de montanhas, outro é basicamente um pântano, outro é uma universidade e por aí vai. A variedade existe e é reforçada a todo momento pelo prazer da descoberta. Diferente de outros jogos de mundo aberto que são bem “checklist”, Elden Ring não te fala nada sobre o seu mundo e os segredos contidos nele. Cada cantinho do mapa possui algum tipo de recompensa que meio que te agradece pela curiosidade de ter ido lá ver. Seja materiais para a produção de itens, armas lendárias ou cinzas da guerra, o game valoriza o seu tempo e o seu esforço.
Fazia muito tempo que eu não sentia felicidade em jogar games de mundo aberto. Arrisco a dizer que o último que me deixou genuinamente feliz foi The Witcher 3: Wild Hunt a muito tempo atrás. A engenhosidade de Elden Ring e a presença massiva de segredos no mapa conseguiram resgatar essa sensação pra mim. Imagine percorrer montanhas com um cavalo espectral, um raio cair em sua frente, você subitamente desvia de caminho e passa por uma ruína e do nada um passáro gigante morto surge do céu e começa a te atacar. Ou então, você avista uma mina perto de um lago e, ao entrar, descobre que os escravos do lugar são de bronze e possuem uma grande resistência ao dano físico. As opções são vastas e arrisco a dizer que nenhum outro jogo conseguiu entregar isso tão bem quanto Elden Ring. Dica: Fique atento para estátuas macabras que apontam para alguma direção específica. Elas revelam segredos do mapa ou entradas para calabouços.
O estúdio implementou algumas mecânicas com a finalidade de manter os jogadores explorando um longos períodos. Em primeiro lugar, ao derrotar grupos de inimigos em campo aberto, você consegue recarregar seus Frascos de Lágrima, se mantendo na ativa por mais tempo. Existe uma outra forma de recarregar os Frascos. Fique de olho em Escaravelhos no formato que parecem uma bola de escrementos, eles também concedem recargas para os frascos ou cinzas da guerra! Outra mudança de “qualidade de vida” é que correr fora de combate não gasta mais Stamina (aleluia!). Além disso, agora é possível fazer viagem rápida entre os pontos de Graça, a nova fogueira, em qualquer momento. Isso facilita e muito na exploração e torna o game menos “burocrático”. Agora falando especificamente sobre locomoção, a FromSoftware preparou uma surpresinha bacana para os jogadores!
Logo no começo da nossa aventura nós adquirimos a habilidade de invocar Torrente, uma espécie de cavalo espectral que agiliza e muito a locomoção pelo mapa. Dica: Existem pontos específicos que podem ser usados para impulsionar o pulo de Torrente, fazendo com que você alcance novas áreas. O bicho foi bem entrelaçado aos sistemas do jogo e existe uma boa quantidade de embates no campo aberto que foram projetados para serem realizados em cima da montaria. Uma dessas lutas inclusive é contra o Sentinela da Árvore. Lutar contra ele usando Torrente é simplesmente épico e a batalha muito se assemelha às famosas justas, disputas dos nobres na Idade Média.
Por fim, mas não menos importante: o mapa do jogo não é algo inanimado. Em Elden Ring, o mundo é vivo e reativo. O título conta com um ciclo de dia/noite que gera mudanças significativas na forma em que se joga. Existem eventos exclusivos para o ciclo “noturno”. Alguns chefes só aparecem de noite, assim como NPCs e inimigos menores. Outro ponto que vale ser citado é que os inimigos ficam mais agressivos e mais poderosos, portanto, o nível de desafio aumenta. Contudo, como mencionei acima, a recompensa SEMPRE vale a pena! Falando em Eventos, eles são acionados automaticamente ao percorrer certos locais do mapa. A variedade é enorme e existem momentos inesquecíveis como o surgimento de Agheel, um dos dragões do game, no lago da primeira região.
A Sociedade do Anel
Assim como Frodo, você pode se aventurar pelas terras do Anel ao lado de um amigo. O multiplayer continua sendo um componente importantíssimo para a FromSoftware, visto que dessa vez ele ganhou uma aba dedicada e dezenas de itens específicos para invocações com propósitos diferentes. Infelizmente, a burocracia não foi deixada de lado e existem alguns fatores impeditivos para o co-op: o seu nível de personagem e o nível mais alto de arma que você tem. Por exemplo, você possui uma arma +23 e seu amigo iniciante quer pedir ajuda. Não é impossível, mas, vai ser bem complicado conseguir ser pareado no mundo dele.
Ao todo são 12 itens atrelados ao Multiplayer e a maior parte deles podem ser facilmente encontrados na primeira região do jogo. Vale mencionar que alguns estão completamente ligados às missões secundárias. A paixão do estúdio pelo componente fica evidente na construção de 6 “papéis” diferentes que os jogadores podem assumir. Dois deles são o Duelista e o Caçador. O Duelista precisa eliminar o Host da sessão, já o Caçador precisa derrotar todos os invasores. Existem múltiplas opções que se adequam a diferentes estilos de jogo. Se você gosta mais de PvP, será atendido. Se prefere PvE, também tem opções formidáveis para ajudar outros jogadores.
O Poder da Fé e das Estrelas
Como me aventurei pelo mundo do jogo como um Prisioneiro, um nobre estudante de magia, achei vital dedicar uma parte do texto para falar sobre os Feitiços e Encantamentos. Assim como praticamente todos os outros componentes do jogo, as magias foram amplificadas e temos múltiplos tipos de cada categoria. No caso dos Feitiços, a maior parte deles são fruto dos estudos da Academia de Raya Lucaria, uma universidade dedicada ao estudo das estrelas. Daí vem a origem do nome Pedrilhante desses feitiços. Existe uma variedade enorme de magias diferentes e algumas delas podem ser conjuradas até a sua mana acabar, causando um dano devastador em área. Temos Feitiços Pedrilhantes, Feitiços de Sangue e Feitiços de Morte. O leque é gigantesco, trazendo um pouco mais de liberdade para quem prefere jogar como um Mago. O uso de um cajado para conjurar os feitiços continua sendo necessário, mas, o sistema foi aprimorado, trazendo consigo cajados que possuem afinidades e efeitos diferentes para cada tipo de magia. Outro ponto interessantíssimo é toda a lore que envolve essas magias. Fique de olho na personagem Sellen e em sua história!
Indo para os Encantamentos, esse basicamente é o novo nome dos Milagres, magia já conhecida de outros jogos da empresa. No caso dos Encantamentos, a maior parte deles possuem efeito Sagrado, de Fogo ou de Raio. Igualmente no caso dos Feitiços, é necessário usar um Selo Sagrado para usar Encantamentos. Tanto os Feitiços quanto os Encantamentos podem ser obtidos de diversas formas no jogo. Seja nos escaravelhos, baús ou cumprindo missões, é sempre bom ficar de olho em cada “esquina”, afinal, nunca se sabe quando você pode obter uma magia que invoca um dragão cuspidor de fogo.
Primor Técnico
A versão levada em consideração neste review é a de PlayStation 5, e, felizmente, não tive nenhum problema técnico/desempenho durante minha jornada. Nem mesmo bugs, crashes ou coisas do tipo. Vale mencionar que mantive o modo desempenho ativo durante toda a minha jogatina.
O grande diferencial da versão de PS5 é a capacidade de aguentar os 60 FPS de maneira estável, tornando a jogabilidade mais agradável, e a diminuição brutal do tempo de carregamento. Quase não existe loading nesta versão. Um elemento que deixa bastante a desejar é a implementação do DualSense, ou melhor, a não implementação. O recurso é bem pouco usado no jogo o que acaba sendo uma pena. Certamente seu uso deixaria a experiência ainda mais imersiva.
No que tange a parte artística de Elden Ring, o estúdio acertou em cheio mais uma vez. A direção de arte impressiona, muitas vezes flertando com a arquitetura gótica. O design dos chefes e dos inimigos em geral continua sombrio e muitas vezes grotesco. Existe uma certa beleza no horror e a FromSoftware é mestre em destacar isso. Salões com braços desmembrados pendurados, torres luxuosas, castelos colossais… A mudança da estrutura de jogo para o mundo aberto forçou o estúdio a ser o mais criativo possível para garantir a diversidade nos cenários e inimigos.
Não é somente o visual que impressiona. A trilha sonora faz um casamento perfeito com a atmosfera do jogo, gerando tensão e a sensação de que o perigo te aguarda em cada “esquina”. Os jogos da franquia Dark Souls são conhecidos pelas batalhas épicas eternizadas com trilhas incríveis e, felizmente, Elden Ring apresenta o mesmo empenho! Por fim, senti muito a falta de um Modo Foto. O jogo tem takes belíssimos que renderiam excelentes imagens, contudo, a equipe optou por não implementar o recurso até o momento de escrita deste review. Vale mencionar que o HUD desaparece automaticamente e ajuda no processo de capturar imagens, contudo, mais opções de manipulação de câmera e imagem viria a calhar.
Elden Ring é a Magnum Opus da FromSoftware
Toda vez que Elden Ring é citado, por tabela, o The Game Awards também acaba entrando na discussão. Muitos fãs acreditam que o jogo é o candidato mais forte para levar o prêmio nesse ano. Eu vou além. Muito mais do que o melhor jogo de um ano específico, Elden Ring é um dos melhores jogos já criados na história e sem dúvidas é a obra suprema da FromSoftware até aqui. Se você gosta de Soulslike, o jogo é muito mais do que recomendado, é obrigatório pra você. Caso não goste, o estúdio foi muito cuidadoso na adição de mecânicas que tornam a jornada mais amigável para viajantes de primeira viagem.
PS: Este review foi feito graças a um código de PlayStation 5 cedido pela Bandai Namco Brasil.
Caso prefira, também produzimos a review em vídeo:
3 Comentários
Eu amei a Review, só não sei se concordo com a História fragmentada ser um ponto negativo, pois de fato pode dificultar o entendimento do jogo mas prolonga a vida útil do jogo, um bom exemplo é Shadow of The Colossus que até hoje tem gente que fala sobre justamente por conta de sua história enigmática. Dark Souls também é um exemplo e é da mesma empresa.
Muito obrigado por ter deixado um comentário Edward! Fico feliz que tenha gostado do review. Coloquei a fragmentação da história como ponto negativo por que você acaba perdendo um detalhe ou outro ao longo da jornada. Claro que tem seu lado positivo, mas, no geral, não vi necessidade do componente narrativo principal continuar “escondido”, apesar de ser mais direto que os outros.
Dark Souls e Bloodborne são bem subjetivos e deixam muita coisa aberta para interpretação e imaginação. Já a história do Elden Ring é definida/escrita, como mencionei no review, é um conto medieval.
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