Expedition Zero é mais um exemplo de jogos indie que utilizam o horror como seu principal gimmick — porém, assim como outros títulos, sua execução parece querer atingir muitas situações, mas no fim acaba só acertando em uma ou outra.
Em um cenário como esse, é fácil questionar as razões para se jogar o título, já que ele aparenta falhar em tantas coisas. Porém, ao ter passado algumas semanas com ele, é possível ver que talvez nem todas afetem a experiência principal — e é isso que iremos detalhar a seguir. Confira:
Terror da sobrevivência em Expedition Zero
Não há segredo na narrativa: seu personagem tem a missão de explorar uma floresta e encontrar os segredos de uma operação de pesquisa que falhou, dentro de uma floresta localizada na Sérvia.
Como comum em muitos títulos por ser uma das principais tendências atuais do mercado, mesmo você sendo um contratado por terceiros para investigar o local, seu personagem começa com acesso a pouquíssimas ferramentas — tendo que buscar por todo mapa esquemas de construção para poder construir novas, sendo esse o primeiro ponto que me incomodou.
Veja, tentar criar uma estrutura de jogo de terror com crafting é algo aparentemente simples, mas também é algo que se repete na indústria a pelo menos uns 7 anos. Só que em um contexto como o desse jogo, em que o personagem está oficialmente investigando algo com apoio de agências, não parece fazer sentido — principalmente quando a divisão dos recursos utilizados são polímeros, metais e eletro componentes, algo que parece muito mais próximo de um jogo de engenharia do que algo que uma pessoa investigando algo teria acesso.
Além disso, várias localizações no mapa contam com impressoras 3D que podem criar melhorias como melhorar o aquecimento da roupa do personagem ou outros upgrades – o que me deixou mais perdido ainda já que, por mais que a ideia seja boa, cada vez menos parece fazer sentido dentro do ambiente que o jogo criou.
Se manter quente
Se manter quente e protegido do frio, aliás, é a principal mecânica de sobrevivência do jogo quando não envolve o combate com monstros. Diferente de outros títulos do gênero, aqui o processo não é tão desesperador quanto ter que comer a cada 5 segundos, mas ainda tem seus problemas — com o principal sendo que, por segurança, você sempre deve ter madeira em seu inventário para poder queimar e manter a temperatura.
A energia de seus equipamentos podem ser recarregadas a partir de estações espalhadas pelo mapa e, embora existam várias delas, o desafio é explorar áreas desconhecidas sem ter elas anotada no mapa, o que pode tornar toda a experiência uma corrida entre ponto A e o sonhado ponto B.
E no meio dessa corrida, além dos zumbis costumeiros, que encontramos o principal perigo do jogo: criaturas que ficam em cima de árvores e, com qualquer movimento brusco do jogador, caem dela e o matam com um simples golpe — ou soltar gás venenoso que pode assassinar você com o passar do tempo.
Essas sequências não chegam a gerar medo, mas sim frustração, já que elas não funcionam como os outros inimigos: se “mortas”, elas só desaparecem por um curto período até retornar e volta para te seguir pela floresta — e tudo isso com um ímpeto absurdo e impossível de ter competições com os personagens, tornando a experiência algo que beira o injusto e fazendo a frustração se tornar um sentimento comum no jogo.
Conclusão
Se olharmos as avaliações de outros jogos, como Elden Ring, frustração é citada como algo positivo em jogos. Expedition Zero, a partir de implementações um tanto quanto cansativas de mecânicas e de inimigos que o jogador não tem recursos para deter, lembra o sentido original da palavra: algo que deixa desconfortável e, ao mesmo tempo, não traz satisfação.
Para fãs do survival horror indie, talvez o título seja algo suficientemente agradável. Para outros, recomendo somente caso tenham curiosidade quanto ao jogo — se não, não vejo motivos para jogar.