O que você faria se em um dia aleatório acordasse sem memória, em uma ilha no meio do Oceano e tendo que lidar com piratas logo quando acorda? Essa é a premissa básica de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii, novo jogo spin off do Ryu Ga Gotoku Studio (RGG para os íntimos) que te coloca pela primeira vez na franquia Yakuza/Like a Dragon como um dos personagens mais queridos dos fãs, Goro Majima. Neste review de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii (sem spoilers!), te contarei como foi minha experiência com o jogo e se vale a pena. Vamos lá!
Piratas e Yakuza
A franquia Like a Dragon vive um momento magnifico de popularidade depois de anos sendo considerada mais nichada. E muito disso se deve pela forma como o RGG cuida e desenvolve esse que é o carro chefe do estúdio.
Dizendo isso, quando anunciaram que o próximo jogo seria um spin off focado no Majima (algo que os fãs queriam a muito tempo), logo o interesse foi automático por este que vos escreve, já que essa franquia é hoje uma das 3 que mais gosto em videogames.
Sobre a sinopse do jogo, é bem o que disse no inicio do texto. Seis meses após os eventos de Like a Dragon: Infinite Wealth (leia meu review aqui), Majima acorda numa ilha próxima ao Havaí sem memória e logo depois encontra piratas, algo que até ele fica meio cético de cara, mas que com o decorrer da história, embarca e faz o jogo acontecer.
Confesso que duvidei um pouco em como um jogo com piratas, de um spin off, poderia se conectar a franquia regular, mas, no final (podem relaxar, não posso falar nada específico), isso fará sentido pra todo mundo.

Vivendo como um pirata
Se você está por dentro de como são os jogos atuais do RGG da série regular, sabe que eles viraram RPGs de turno, o que na época que anunciaram a mudança era algo que os fãs duvidaram mas que agora depois de dois jogos lançados, todos perceberam que deu certo. Aqui, o gameplay volta um pouco as origens da franquia Yakuza, sendo um beat’em up e que é muito divertido e satisfatório de jogar.
Majima tem 2 tipos de estilo de combate: o Cachorro Louco e o Louco do Mar. O estilo Cachorro Louco é melhor para confrontos um a um, pois tem combos e ataques melhor utilizados para esse tipo de encontro, inclusive com uma habilidade principal de criar clones que é absurdamente forte para lutas contra chefes.
Já o estilo Louco do Mar, é o que mais usei na minha jogatina, pois ele é perfeito para confrontos contra hordas de inimigos, com muitos ataques em área, finalizações e a habilidade principal (que tá ligada a uma parte da estrutura do jogo e falarei a seguir).

Majima possui um menu de anéis, onde é possível equipar diversos anéis diferentes que você encontra durante o jogo, e é o único equipamento que aumenta status do personagem, seja o dano de ataque, defesa, resistência a lâminas, balas e etc. Em determinados momentos, eu esquecia de verificar se tinha novos anéis adquiridos, portanto verifique regularmente.

O combate é parte vital do jogo, e é divertido a ponto de se somente tivesse ele, seria já válido como experiência. Entretanto, a melhor coisa do jogo pra mim, é quando você desbloqueia o navio, ao qual Majima denomina Goromaru.
Quando se desbloqueia as batalhas navais, o jogo lembra bastante o Assassin’s Creed 4: Black Flag, mas com a pegada clássica do RGG, porque você pode customizar o navio de todas as formas possíveis, trocar equipamentos e fazer melhorias que são importantes mais para o final do jogo.
Além disso, Majima é um capitão de um navio pirata, e para isso, ele precisa de uma tripulação. Alguns personagens são introduzidos e atuam como tripulação naturalmente, mas a maior parte do seu bando, você recruta nas missões secundárias ou no mapa do jogo fazendo ações determinadas, seja lutando no mano a mano, seja entregando um item, seja uma batalha de navios.
As batalhas de navios funcionam da seguinte maneira: você precisa destruir o navio inimigo, normalmente, atirando com canhões e metralhadoras, usando o triângulo pra dar investida e se chocar com o casco do navio adversário e caso queira, você sai do leme do navio e tem uma bazuca para atirar com o Majima.
Depois que o navio é derrotado, o bando do Majima invade o navio adversário e vira uma batalha campal com a tripulação dos 2 navios se enfrentando. O sistema é divertídissimo. Temos vários inimigos na tela e, como nossa tripulação apresenta habilidades únicas, a diversidade se faz sempre presente. Graças à presença de uma equipe de apoio, temos um medidor que vai sendo preenchido e permite que a gente acione habilidades de suporte.

Outro ponto importante de citar é a personalização do Navio. Durante o jogo, você pode adquirir, ganhar ou encontrar em báus diversas opções cosméticas para mudar a aparência do Goromaru. Muitos jogadores devem aproveitar isso demais na jogatina (inclusive pra tirar screenshots), entretanto, foi um aspecto que eu particularmente não me interessei enquanto jogava. Mesmo assim, as opções são tão diversas e malucas que vale a pena conferir.

Assim como o Navio, também é possível customizar a aparência de Majima, tanto no seu traje normal, como o traje pirata. Além disso, você consegue alterar a aparência de um personagem que não citei tanto nesse texto mas vale uma menção, um filhote de tigre que é tratado como gato(!), chamado de Goro (coincidências da vida!).

Uma utopia pirata
Em toda e qualquer história que envolva piratas, sempre se tem a busca por tesouros. Aqui em Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii, Majima também tenta encontrar tesouros, e isso acontece através de dois jeitos.
O primeiro é o seguinte: em determinado momento do jogo, você receberá um gancho, e com isso, você poderá acessar locais aos quais normalmente não consegue, nas cidades do jogo (Havaí e Madlantis – já falarei dela). É importante encontrar alguns (ou todos) desses tesouros porque eles ajudam a subir o seu nível pirata, o que é necessário pra adquirir habilidades.
A segunda maneira de encontrar tesouros ocorre quando em certo momento do jogo, você desbloqueia uma história secundária contra um grupo que se auto-proclamam os piores piratas dos mares., chamados Bandeiras do Diabo.
Esse grupo fica espalhado no mapa de navios, em vários locais, e que você precisa derrotar para ganhar umas fichas dos Bandeiras do Diabo, que habilita as missões secundárias dessa linha de sidequests. Eles ficam em várias ilhas que podem ser exploradas, e nos finais dessas ilhas (que basicamente são pequenas dungeons), estão tesouros, e alguns deles, dão muitos pontos de pirata e dinheiro.

Quanto mais você faz as atividades que o jogo dispõe, mais vai evoluindo e dando upgrades nas habilidades do Majima. O progresso é feito através de upgrades no mesmo sistema que os primeiros jogos do RGG (especificamente Yakuza 0), onde os upgrades vinham na forma de compra de habilidades com o dinheiro do jogo, mas que por ser um jogo com temática pirata, incluíram a necessidade de usar os pontos piratas que você vai adquirindo para se fortalecer (eu terminei o jogo com uns 60% das habilidades adquiridas) e na reta final, eu me senti realmente forte. Caso você goste de um desafio maior, recomendo jogar no nível mais difícil disponível (eu joguei no normal).

Madlantis
Falei sobre os conceitos e tudo que o jogo propõe, mas faltou falar sobre Madlantis. Esse lugar é onde o jogador se sente em uma história pirata. É uma área onde vários piratas, ricaços, aliados e inimigos se encontram.
Madlantis é basicamente o HUB central do jogo. Temos várias atividades secundárias que lembram piratas, é onde está o Coliseu dos Piratas (local onde temos torneios de batalhas navais), e por ai vai. Foi o local do jogo que mais gostei, e onde passei boa parte da jogatina.

Extras
No Havaí, que é a mesma cidade do jogo anterior, existem algumas atividades também, seja sidequests ou minigames, algo clássico da franquia. Um dos minigames eu achei ótimo, que é uma homenagem clara a Mario Kart, e eu passei um bom tempo nele. Além disso, tem o minigame das entregas (que veio no Infinite Wealth), tem beisebol, tem boliche e por ai vai.

Também temos a criação de itens de comida, para encher a vida e barra de especiais. Ao longo do jogo, vamos ganhando itens de criação de comida e em determinado momento, a parte de cozinhar é habilitada e você vai criando as receitas disponíveis para ter itens de vida. É altamente recomendado que o jogador vá fazendo esses itens, principalmente pra usar na parte final onde as batalhas ficam um pouco mais complexas.
A trilha sonora é um destaque legal. Depois que você já tem um bom número na sua tripulação, enquanto estiver viajando de navio, escuta-se os tripulantes cantando como as histórias de piratas que conhecemos sempre descreveram, e são músicas totalmente de acordo com a temática do jogo. Gostei bastante dessa parte, mais do que achava que gostaria antes de jogar.
Eu terminei o jogo com 25 horas, fazendo uma boa parte dos conteúdos secundários e pretendo terminar os que faltaram em algum momento. E sobre a performance, o jogo está bastante sólido, com queda em um ou outro momento somente. Até nas batalhas com muitos NPCs na tela, o framerate estava estável em 60 FPS. Graficamente, o jogo tá no mesmo nível do anterior, portanto, se você gostou, vai curtir e adorar tudo desse aqui. E por último mas não menos importante, o jogo está legendado em português do Brasil, como os últimos jogos da franquia, o que é mais um motivo pra atrair novos jogadores por aqui.
Review de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
Caso você, caro leitor, já tenha familiaridade com a franquia Like a Dragon/Yakuza, com certeza deve ter esperado esse momento de jogar com um dos personagens mais queridos da franquia, Goro Majima, e só por esse motivo, o jogo já tem seu valor pra esse tipo de pessoa.
Se você não tem familiaridade, eu recomendo testar, porque o loop de gameplay é satisfatório, os personagens são carismáticos, a história é legal, e o estúdio Ryu Ga Gotoku é um dos melhores da atualidade. Como diz o Capitão Majima: “Içar velas!”
Pontos Positivos
- Combate divertido.
- Variedade de atividades secundárias.
- Performance estável.
Pontos Negativos
- História poderia ter momentos mais épicos
- História
- Gameplay
- Performance
- Trilha Sonora
- Atividades Secundárias