Nós já temos uma review de Monster Hunter Rise que cobre detalhes como a história, sistemas básicos, novidades e todos esses outros pormenores. Você pode ler ela aqui! Em virtude disso, eu decidi que seria muito mais valoroso e interessante pra esse texto se eu adotasse um caminho “diferente”. Apesar de eu ter concluído Monster Hunter World e ter arranhado um pouco do seu endgame, me considero um mero novato na franquia e, bom, essa é a ótica que eu vou usar aqui. Nunca joguei nada da franquia, devo me arriscar em Monster Hunter Rise? Essa é a pergunta que pretendo responder neste review.
Uma desculpa pra caçada
Caso o nome não tenha indicado, a saga é sobre matança de monstros colossais que podem destruir o vilarejo em segundos. Seu papel, como um caçador novato, é resolver os problemas do povoado e progredir na “carreira”. Essa progressão acontece através da evolução do Rank de Caçador, permitindo que o jogador parta em caçadas mais letais.
O componente narrativo aqui não existe. E confesso que por mais que os fãs de longa data da saga afirmem que um aprofundamento da história não é necessário, penso que seria interessante ver uma campanha cinematográfica para a franquia algum dia. Mesmo que seja de curta duração servindo como uma introdução para os sistemas básicos, ter monstros gigantescos ameaçando sua cidade e o seu povo daria uma bela construção narrativa.
Como isto ainda não existe, a “campanha” de Monster Hunter Rise mais serve como um tutorial levemente confuso para que o jogador se habitue com os sistemas e se prepare para o endgame. Agora você deve estar se perguntando, por que levemente confuso? Rise é o projeto mais convidativo e amigável de toda a saga, permitindo que novatos se saiam melhor do que os outros games. O problema é precisamente o excesso. O game conta com uma quantidade esmagadora de sistemas e pequenos detalhes que fazem toda a diferença. Diferentes tipos de bombas, consumíveis, buffs, insetos, armadilhas.. São tantos sistemas e opções que iniciantes como eu se sentem até perdidos no que fazer e usar. E o jogo não é tão amigável assim para destacar o uso desses sistemas.
O caminho do caçador
Como mencionei mais acima, Monster Hunter não economiza em sua variedade de opções. Os jogadores possuem 12 tipos de armas disponíveis para despachar os bichanos. Cada uma com suas particularidades e combos, a jogabilidade de Rise é mais veloz e vertical do que os outros títulos da saga. Graças ao sistema dos Cabinsetos, temos uma agilidade maior tanto para bater, quanto para desviar, além de um leque interessante de golpes que podem quebrar ou cortar as partes dos bichos.
No geral, o combate é bem intuitivo e não esconde seu DNA japonês. Você está CAÇANDO monstros, não apenas surrando eles, logo, é necessário incorporar essa filosofia do caçador e já ir com essa expectativa. O jogo não é sobre esmagar botões para abater criaturas gigantes. Temos que rastrear nossas presas, perseguir e estudar as mesmas, explorando suas fraquezas para ter êxito no combate.
O aspecto orgânico do jogo é reforçado quando dois monstros grandes estão no mesmo recinto. No melhor estilo Kong vs. Godzilla, as duas criaturas começam a se degladiar entre si e o jogo passa a brilhar ainda mais. É nesse momento que podemos montar nos monstrengos, de maneira provisória, e usar seus ataques para quebrar partes e causar dano massivo em nossos alvos. Brinco com o conceito de que o jogo é quase um simulador de caçada, na medida do possível. A fauna e flora são riquíssimas e as criaturas possuem um comportamento que simula bastante os animais da vida real. Claro que elas cospem fogo, invocam ácido e outras firulas, mas é interessante ver o tratamento dado pela equipe.
Para facilitar na locomoção, exploração e combate, os jogadores agora podem montar um super cão que funciona como companion e montaria e temos o retorno do Amigato com funções diversas. A dinâmica da “equipe” funciona bem e torna o jogo mais fácil para quem joga solo.
O poder dos consoles de mesa
Anteriormente disponível no Nintendo Switch e PC, Monster Hunter Rise finalmente chegou nos consoles de mesa. Arrisco a dizer que as versões do Xbox Series X e do PlayStation 5 possuem um primor fantástico que torna o jogo ainda melhor. No PS5, versão que testei, os loadings praticamente não existem, tornando o loop de caçar ainda mais viciante. O desempenho também está soberbo e não tive nenhum bug ou queda de FPS.
Confesso que senti falta do uso do DualSense para aprimorar ainda mais a experiência. As funcionalidades do controle poderiam ter sido aproveitadas para explorar ainda mais o sentimento da caçada, trazendo imersão por parte de quem joga. Contudo, por ser um port do Switch, é fácil de compreender por que isso acabou sendo deixado de lado.
Um jogo social
Monster Hunter Rise é um jogo fantástico, até para um jogador, contudo, seu máximo potencial reside no co-op. Participar de caçadas em grupos, principalmente em Rise, ilustra bem o por que a franquia fez e faz tanto sucesso. Equilibrar bem as funções de cada jogador, combinar armas, traçar estratégias… O jogo foi pensado para ser desfrutado em equipe.
Por mais que a aventura solo tenha seu valor, ser um lobo solitário vai deixar o loop repetitivo em determinado momento, por mais que ele seja viciante. O cerne do jogo é caçar monstros, coletar seus materiais e construir equipamentos. Fazer isso enquanto conversamos e zuamos nossos amigos é muito melhor!