Onimusha pra mim é uma daquelas franquias que são como um pão quentinho no café da manhã. Quando eu comecei a entender um pouco mais sobre o mundo e comecei a trilhar minha trajetória no mundo dos jogos, estava tendo meu contato inicial com jogos como Genji: Dawn of the Samurai, Techu e o mencionado Onimusha.
Infelizmente, por condições de mercado e uma certa falta de interesse por parte dos jogadores, a franquia acabou indo pra “geladeira” da Capcom, contudo, a partir de 2019, a publisher japonesa começou a movimentar as engrenagens para trazer a saga de volta para o público.
Onimusha: Warlords Remastered foi como uma viagem no tempo, me fazendo lembrar das tardes e noites que eu perdia jogando a saga. Curiosamente, a Capcom esperou 6 anos para soltar o remaster do segundo jogo, game que estará sendo analisado neste texto.
Após vários anos esperando, os fãs de Onimusha agora estão só sorrisos. Um anime foi lançado na Netflix, o segundo jogo foi remasterizado e Onimusha: Way of the Sword já foi anunciado para 2026. Neste review, irei responder a seguinte pergunta – Onimusha 2 Remastered é um game que respeita o legado da franquia? Vamos para o texto!
Reinado de terror
A narrativa de Onimusha 2 Remastered é direta ao ponto – controlamos Jubei Yagyu, o líder do clã Yagyu que parte em uma jornada para colocar um fim nas forças de Oda Nobunaga.
O clichê de uma história de samurai é usado aqui. O vilarejo de Jubei é atacado pelas forças de Oda Nobunaga, colocando o protagonista em uma jornada de vingança. Diferente do jogo anterior, que a narrativa tem um peso muito menor, a Capcom decidiu dar um ar mais cinematográfico ao jogo.
O núcleo de personagens é excelente, os diálogos em sua maior parte são bem humorados e os vilões são bem convincentes. É impossível não rir das interações com o Oni Gighamphatts ou das brigas eternas entre Magoichi e Kotaro.

Temos fugas usando uma espécie de avião, passagens secretas, adversários quase imortais e por aí vai. Quando eu joguei o original, o sentimento era de jogar uma espécie de Power Rangers no Japão Feudal. E, bom, Jujudormah lembra muito Rita Repulsa. Eu fiquei feliz em ver que o remaster preserva bem esse sentimento.
O peso narrativo é incrementado graças às melhorias nas texturas dos personagens, FMVs (vídeos pré-gravados), cutscenes. Ainda é um jogo de PS2, contudo, o remaster ajuda a suavizar um pouco esse choque geracional.
Tornando-se um “Pronimusha”
Apesar do remaster não trazer melhorias visuais impactantes, ele praticamente reformula por completo o combate e a movimentação do jogo, tornando-o bem mais prazeroso de se jogar.
Os devs colocaram um botão para Jubei trocar livremente de arma, podemos nos mover livremente pelo cenário usando o análogico (os controles tanque ainda existem caso você queira ter uma “experiência raiz”) e colocaram até uma opção para nos transformarmos em Onimusha manualmente. No original, a transformação era ativada automaticamente ao coletar os 5 Orbes.
Outra mudança impactante foi a inserção de botões diferentes para carregar um ataque e para travar a câmera em um alvo. Para os jogadores que buscam um nível de desafio brutal, uma dificuldade inédita foi adicionada onde Jubei morre com um único golpe.

As melhorias no combate e movimentação, quando juntas, tornam a experiência divertídissima e imperdível. Apesar da idade do jogo, o level design de Onimusha 2 Remastered ainda se sustenta muito bem – arrisco a dizer que ele supera muitos jogos recentes aclamados pelo público.
Apesar da divisão em salas, o caminho é bem intuitivo e a progressão acontece em um ritmo muito bem dosado – seja fortalecendo as armas e armaduras com os orbes de experiência ou com as joias de poder.
É curioso ver que a Capcom segue o DNA de suas obras originais até hoje e muito dos artíficios de Onimusha 2 voltados para amplificar o fator replay podem ser vistos em games recentes da publisher.
Uma campanha leva cerca de 4 a 5 horas para ser concluída e o título consegue até entregar trechos com personagens jogáveis diferentes. Uma run perfeita, ou melhor, uma run de rank S, exige um conhecimento quase que total por parte do jogador.
Poderia ser melhor?
Em certos aspectos, Onimusha 2 Remastered respeita até demais a experiência do original. Em muitos trechos o sistema de câmera fixa não funciona, deixando o jogador sem visão de inimigos que possuem ataques em “linha”.
Outro ponto é que o game só recebeu uma versão de consoles da geração passada. O sentimento é de que o remaster já estava pronto faz tempo, contudo, por algum motivo eles optaram por não lançar antes.

Mas nem tudo é negativo. O jogo roda a 60 FPS estáveis e além dos incrementos visuais, o som também foi aprimorado, com efeitos sonoros mais limpos. Agora os jogadores podem escolher entre a dublagem japonesa e a americana, adicionando uma ótima camada de imersão na narrativa.
Review de Onimusha 2: Remastered – Vale a pena?
Eu não me considero um “retrogamer” e evito ao máximo jogar games antigos nos dias atuais, contudo, existem obras especiais que possuo um certo apego sentimental e é o caso do objeto deste review.
É nítido que a equipe fez o possível para honrar a experiência original, atualizando aspectos necessários de modo que não comprometesse o DNA do jogo. Como citei mais acima, o level design continua excelente mesmo para os padrões atuais, e, com as melhorias do combate, o remaster consegue afastar bem o aspecto de um game defasado.
Se você gosta de títulos de ação e aventura com a temática de Japão feudal, Onimusha 2 Remastered é um prato cheio!
Onimusha 2: Remastered honra o legado de uma das IPs mais subestimadas da Capcom e entrega melhorias fantásticas e necessárias.
Pontos Positivos
- Ótimos personagens
- Melhorias fantásticas no combate
- Bom fator replay
Pontos Negativos
- Câmera não funciona bem em vários trechos
- Sem versão para a geração atual
- Visuais poderiam ser melhores
- Narrativa
- Jogabilidade
- Parte técnica
- Visuais
- Som