Praticamente todo brasileiro da minha geração já foi algum Power Ranger na infância.
Foram incontáveis horas brincando com meus primos enquanto a gente fingia salvar o mundo das garras de Rita Repulsa. E, claro, foram incontáveis brigas pra decidir quem seria o ranger vermelho.
É ciente da paixão que toda uma geração carrega que a Digital Eclipse preparou Mighty Morphin Power Rangers: Rita’s Rewind, ou, para os mais chegados, Nostalgia: O Jogo.
Se aconchegue e vem ler o meu review de Power Rangers: Rita’s Rewind pra saber se vale a pena se adentrar nessa viagem pelo túnel do tempo!
Viagem no tempo
A história do jogo é direta ao ponto. Uma versão robótica de Rita Repulsa colocou as mãos em um cristal capaz de manipular o tempo.
Para ter uma vantagem na dominação da Terra, ela decide viajar para o passado, criando uma realidade com duas Ritas: a Rita Repulsa original e a Rita Robô.
Na história, jogamos com o esquadrão original de Rangers que acabaram de ganhar seus morfadores. A narrativa acontece em 5 capítulos e leva cerca de 3-4 horas para ser concluída.
O jogo tem um forte viés de Arcade, logo, a curta duração é proposital para fazer com que os jogadores repitam a jornada em outros níveis de dificuldade.
Temos vários personagens clássicos no jogo, como Goldar, Zordon, Alpha 5, Bones e mais. Pra quem assistiu a série original várias vezes, é quase que uma volta para casa.
Um ponto negativo é a falta de legendas em nosso idioma, o que prejudica o entendimento da história pra quem não fala inglês.
Go Go Power Rangers
Power Rangers: Rita’s Rewind segue a cartilha dos jogos beat em up como Streets of Rage e o TMNT de 2022.
Podemos escolher pra jogar com um dos Rangers e sair por aí dando murros e chutes nos inimigos.
A movimentação pode ser feita nos botões analógicos ou pela alavanca do controle. No geral, achei a movimentação um pouco truncada, o que acabou deixando o combate um pouco travado.
Eu joguei no Normal, a segunda das quatro dificuldades e achei o jogo bem tranquilo, com exceção de duas partes específicas que exigem um nível de atenção pra desviar um pouco maior.
Temos alguns combos mas eu esperava que a jogabilidade fosse mais complexa, com o uso de armas brancas, pistolas e coisas do tipo. Achei o sistema muito simples. Podemos segurar os inimigos, rolar pra desviar, pular e usar um ataque especial quando a barra é preenchida.
Por falar em inimigos, a variedade também deixa a desejar. Isso é curioso por que o estúdio claramente se esforçou para aplicar uma diversidade na jogabilidade em outros departamentos.
Temos trechos com motos, onde precisamos destruir os veículos que transportam os cristais, trechos específicos em uma montanha-russa e até batalhas épicas de Megazord que lembram um jogo de boxe.
Nessas seções de “veículo”, o jogo se transforma em uma espécie de schmup, onde disparamos vários tiros enquanto desviamos dos disparos adversários. Em suma, acabou sendo bem estranho não ver o mesmo empenho no combate corpo a corpo.
Um ponto onde o jogo brilha bastante é nas lutas contra os chefes. Cada um deles é bem peculiar e conta com um leque interessante de habilidades, tornando a luta mais prazerosa e desafiadora na medida certa.
O fator replay
O fator replay é um componente chave de jogos como Rita’s Rewind. A equipe usou alguns caminhos básicos para prolongar a duração do game e, claro, manter os jogadores engajados.
Cada fase possui critérios de conclusão que envolvem 3 categorias: tempo de conclusão, terminar sem morrer e coletar todos os segredos.
Esses segredos podem ser colecionáveis, pessoas em perigo e peças de arcade que ativam as máquinas e permitem que o jogador desfrute de minigames clássicos no hub do jogo.
O último nível de dificuldade só é liberado ao concluir o jogo no difícil, logo, isso também ajuda a estender a duração do mesmo. Apesar dos recursos que a Digital Eclipse usou, o sentimento que eu tenho é de que não existe muito incentivo para continuar jogando o game após zerar.
Apenas os fãs mais fervorosos da IP vão atrás da platina/100% e, já adianto, a platina é bem desafiadora, demandando coisas como zerar no mais difícil e derrotar um chefe específico sem levar dano.
Uma homenagem de respeito
Eu desfrutei da experiência no PS5 Pro e não tive nenhum problema técnico. Seja bugs, quedas de frames ou crashes, não tive o menor problema com o desempenho.
Visualmente falando, a equipe usou o recurso de pixel art para deixar o jogo mais charmoso e reforçar o sentimento de nostalgia. A parte sonora brilha muito, trazendo os sons clássicos da série, incluindo o barulho icônico emitido por Alpha.
Um detalhe que me deixou positivamente surpreso é a boa integração do DualSense no jogo. Temos vários sons sendo emitidos pelo controle que ajudam a elevar a experiência. É curioso por que a equipe não usou tanto o feedback háptico. O foco foi pro alto falante do controle.
Review de Power Rangers: Rita’s Rewind – Vale a Pena?
A Digital Eclipse apostou no seguro, entregando um beat em up básico com a roupagem de uma das séries mais amadas da minha geração.
O jogo faz jus ao legado dos Power Rangers, entregando uma dose cavalar de nostalgia e, no fim, cumpre bem o seu propósito que é o de despertar interesse pela IP que não é nem sombra do que já foi um dia.
Se você gosta da IP, vale muito a pena embarcar nessa jornada para enfrentar Rita Repulsa e seus capangas. Se você não se considera um fã e nem tem gosto por jogos do gênero, é recomendável passar longe.
Mighty Morphin Power Rangers: Rita's Rewind reapresenta uma das histórias mais clássicas da IP com uma roupagem de beat em up simples mas completamente funcional, servindo um prato cheio para os fãs.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som