Gundam é uma franquia de robôs japoneses extremamente popular no Japão e menos no mundo, embora em anos recentes ela esteja alcançando reconhecimento o suficiente para praticamente todo jogo ser localizado.
Nessa estranha brincadeira, temos títulos absurdamente complexos, os Musous e também os mais diferentes, como SD Gundam Battle Alliance, que coloca os mechas em formatos SD em um interessante RPG de ação – mas que talvez não atrai quem não é fã da franquia. Confira em nosso review:
O mundo virtual de SD Gundam Battle Alliance
SD Gundam Battle Alliance é um jogo simples, embora mecanicamente cheio de detalhes que podem assustar alguns jogadores. O contexto geral do jogo é que uma simulação virtual chamada Gundam Universe está sofrendo com ataques de hackers, o que faz com que robôs de diferentes dimensões e períodos temporais apareçam em locais que não deveriam estar.
Isso é a desculpa para robôs de diversos momentos da história da franquia poderem se digladiar nos campos de batalha – e o jogador se encontrar inundado de opções e referências a boa parte da série, seja o anime original dos anos 1970 ou algo mais recente, como Iron Blooded Orphans.
Nessa brincadeira, as fases são grandes, e contam com diversos segredos para serem descobertos, com o foco principal sendo as blueprints, itens que permitem a produção de novos Gundam, tornando eles jogáveis – implementando o ciclo principal de jogabilidade do jogo.
No caso, embora exista uma história, eu pelo menos acabei focando mais em repetir inúmeras vezes missões para vencer objetivos secundários e conseguir as blueprints, na esperança de liberar alguns dos meus robôs favoritos da franquia. Por exemplo, eu queria muio o Epyon, e por isso fiquei destrinchando boa parte do jogo para encontrar as suas partes e poder liberá-lo.
Ajuda também que a jogabilidade é suficientemente engajante e as missões rápidas, permitindo que a repetição não se torne algo tão maçante. Além disso, com a forma de combate hack’n’slash não passando de, muitas vezes, o button masher, o título acaba ganhando tons meios terapêuticos – pelo menos para fãs da franquia, e é aí que o seu principal problema reside.
Um jogo para fãs
Não há problema algum em fazer jogos para fãs. A questão é que ao mesmo tempo, pelo menos ao meu ver, é necessário também conseguir criar estruturas suficientemente agradáveis para que quem não conhece a franquia também esteja confortável no jogo – e SD Gundam Battle Alliance não faz isso.
Os meus objetivos e engajamento com o jogo se dão por conhecer a fundo a franquia, mas para um novato que pega uma blueprint com o nome Epyon, a situação não significará nada – nem as inúmeras referências a cronologia da franquia.
É uma situação complicada e que muitos jogos baseados em franquias multimídia correm o risco de enfrentar – principalmente quando decidem fazer uma festa de fan service. SD Gundam Battle Alliance é só mais um exemplo disso, colocando um grande empecilho no caminho de quem quiser ser apresentado a série por meio deste game.
Conclusão
É curioso como eu sai do jogo com impressões pelo menos positivas, embora não excelentes, mas conforme comecei a refletir em como fazer a análise me toquei o quão não atraente para não iniciados em Gundam ele pode ser.
Nessa situação, levantamos uma discussão interessante: como classificar a qualidade de um título que parece, no fim, ser nichado? Afinal, eu sou um fã, mas e se alguém que não conhecesse a franquia tivesse ficado responsável pela análise, quais seriam suas impressões.
O jogo tem qualidades e um ciclo de jogabilidade divertido, mas ao mesmo tempo é díficil imaginar que essas características sejam o suficiente para sustentar a vontade de jogar para os não iniciados nesse mundo.
Talvez, no fim, essa seja a análise mais díficil que já fiz, por tentar entender esse balanceamento – mas ao mesmo tempo, extremamente satisfatória, só por saber que é algo que videogames podem fazer nós pensarmos.
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