Star Wars: Battlefront é uma franquia que envolve muito 8 ou 80. Muitos jogadores amam, já outros preferem a proposta mais RPG da coisa. Eu particularmente acredito que muito da magia de Star Wars vem disso. Da pluralidade das histórias, personagens e das infinitas possibilidades que esse universo mágico proporciona.
É pensando nisso que a Aspyr preparou uma coletânea com os dois jogos originais da franquia. Eu confesso que não joguei os originais em seus anos de lançamento: 2004 e 2005. Logo, toda a minha experiência com esse pacote foi influenciado por esse fator.
Mas sem mais divagações, vamos para o que interessa – a review de Star Wars: Battlefront Classic Collection.
O conteúdo
A dupla de jogos é praticamente um port dos títulos originais. Temos duas campanhas robustas e modos multiplayer completamente funcionais. Um extra bacana é que as partidas multiplayer podem ser iniciadas com bots, algo que deve agradar os caçadores de troféus.
Dois problemas me incomodaram bastante nas campanhas de ambos os jogos. O primeiro e mais grave: a inteligência ou a falta dela nos bots inimigos. Muitas vezes eles só ficavam parados ou simplesmente andando infinitamente, até na dificuldade mais alta. Contudo, para a ironia do destino, a dificuldade mais alta é desbalanceada.
Quando o inimigo resolve te acertar, algo raro, ele praticamente causa um hit kill. Somando isso aos controles datados e o péssimo design de missões, temos uma experiência nada agradável. Uma coisa que me surpreendeu bastante foi o modo Conquista Galáctica. Ele funciona de maneira similar ao recente Helldivers 2 e foi fantástico ter esse contato com o material que serviu de inspiração para um jogo que gostei bastante.
Em termos de novidades, conteúdo e qualidade de experiência, é inevitável que Battlefront 2 acabe dando um banho em seu antecessor. É um caso curioso, afinal, o jogo foi lançado originalmente apenas um ano depois do primeiro. As evoluções de um para o outro são evidentes. No segundo, podemos controlar os personagens mais icônicos da franquia e temos até a possibilidade de controlar as naves.
É gratificante e altamente recomendável que você jogue o 1 primeiro e depois absorva a campanha do segundo. Mesmo sendo jogos datados, é quase impossível não ficar maravilhado e até um pouco assustado com uma evolução tão grande em apenas um ano.
A jogabilidade
Um ponto crucial que eu quero trazer aqui nesse review é: para quem? A coletânea definitivamente não foi planejada para qualquer jogador e é CRUCIAL que você tenha isso em mente. De acordo com a Aspyr, os visuais receberam uma repaginada (que é difícil de ser percebida) mas a jogabilidade de ambos os títulos continuam intacta, o que é um grande defeito na minha opinião.
20 anos se passaram, logo, os controles, a responsividade do mesmo e até o ato de mirar já estão completamente defasados, passando um enorme aspecto de gameplay engessado. Por muitas vezes eu me senti controlando um Tanque de Guerra e não um Stormtrooper.
Existem milhões de jogadores que se tornaram orfãos do Battlefront da EA e, essa seria a oportunidade perfeita de abocanhar esses jogadores, entregando um game robusto em conteúdo e com uma jogabilidade repaginada para os dias atuais. Contudo, este não foi o caso aqui.
Review de Star Wars Battlefront: Classic Collection – Vale a Pena?
E a resposta é sim, SE você for um grande fã da franquia e dos jogos mencionados no texto. Ser um simpatizante de jogos retrô também ajuda no caso. Caso não tenha paixão por nada citado nesse parágrafo, minha recomendação é que você passe o mais longe possível do pacote, ele não foi feito pra você!
Com um produto altamente nichado, a coleção da Aspyr ajuda a relembrar as batalhas mais gloriosas de uma das franquias mais importantes da humanidade. Mas, ao concluir a experiência, a reflexão gerada é: um Battlefront 3 pelas mãos da Respawn seria maravilhoso. Faz acontecer, universo!
- História
- Jogabilidade
- Visuais
- Som
- Desempenho