Quem compra e experimenta novos jogos com frequência muito provavelmente já passou por aquela sensação famosa de “Expectativa vs. Realidade”, que era o que eu achava que ia acontecer jogando Summum Aeterna. Eu já conhecia o jogo e tinha uma certa expectativa a respeito dele, contudo, quando comecei a jogar para escrever esse review, ao finalizar a primeira hora, me dei conta de que o jogo era bem diferente do que eu estava esperando e muito mais difícil do que parecia.
Contudo, algo curioso aconteceu, a minha percepção em relação ao jogo foi mudando a medida que fui avançando no gameplay, então, minha expectativa em relação a Summum Aeterna foi subvertida duas vezes! Te convido a ler esse review em que vou tentar colocar em palavras o que senti jogando este indie bastante desafiador.
Contexto Operante
Summum Aeterna se trata de um jogo prequel, ou seja, conta uma história que vem antes de outra história, e nesse caso é o prequel de Arterna Noctis, então se você já conhece esse outro game, espere por similaridades e referências, principalmente estética.
Nesse jogo você vai encarnar a persona do Rei das Trevas, um senhor da guerra forte, implacável, insistente, poderoso e durão condenado à vida eterna e que precisa explorar territórios desconhecidos povoados de tesouros, armadilhas, hordas de inimigos e chefes poderosos para tentar retornar a ordem natural do mundo.
Dessa forma o jogador precisa explorar o território selvagem de Aeterna, descendo às profundezas mais perigosas desse reino e lutando até o fim de cada mundo para encontrar as divindades responsáveis por desequilibrar a ordem natural das coisas.
Sim, é uma história simples que serve na verdade mais de contexto para dar espaço para o gameplay, que é o ponto forte do game.
Gameplay cativante e desafiador
E por falar em gameplay o jogo começa relativamente simples e aos poucos vai apresentando novas mecânicas, novos atributos, variáveis, upgrades e vários tipos de itens que podem ser pegos nos mapas procedurais. Mas vamos por partes. No primeiro mapa do jogo, logo após apertar new game, o jogador é apresentado a um tutorial simples de combate, e aqui não existe muito segredo na movimentação, você pode pular, usar dash, atacar com golpes rápidos e mais fracos ou usar um golpe pesado que precisa ser carregado. Essas são as possibilidades iniciais com a espada e logo após aprender isso você provavelmente vai morrer!
Sim, isso vai acontecer bastante durante o jogo. Após a primeira morte você será transportado para o mural dos campeões, que na verdade é a morada do protagonista e local para o qual ele é transportado sempre que morrer em algum mundo diferente. Nesse local também somos apresentados a novas opções de armas, como foice e armas de fogo, que dão uma boa variedade de gameplay.Além de várias opções de diferente upgrades, como Forja em que é possível aumentar os atributos do personagem, ou o ramo de uma arvore sagrada que serve como ponto de upgrade para os atributos e tesouros obtidos ao longo de cada incursão. A posteriori, mais uma loja também será desbloqueada pelo jogador, bem como opções de armaduras que podem ser melhoradas.
No geral o jogo disponibiliza diferentes tipos de “moedas” em que cada uma é útil na compra de algum upgrade diferente, o que pode tornar a parte da progressão diversificada, porém muito confusa e trabalhosa, definitivamente é mais difícil se lembrar qual moeda serve para que do que de fato consegui-las. Então, por fim, a morada do protagonista acaba funcionando não apenas de ponto de partida de todas as Runs, mas também como um lobby, lá você consegue upar, ver o que falta par upar mais cada atributo, além de criar os mundos que pretende fazer runs e etc.
E por falar nelas, as runs são uma caso a parte em que eu tenho sensações mistas, explico: Cada run que você vai fazer depende de uma semente que pode ser coletada em baús espalhados pelos cenários que são gerados de forma procedural. Existem vários tipos de sementes que liberam diferentes mapas, porém as sementes têm niveis de raridade que podem ser aumentados fundindo sementes de mesmo tipo e também possuem modificadores que influenciam na run, como por exemplo: algumas sementes proporcionam ao jogador um modificador de +5% de xp enquanto estiver vivo, porém os inimigos causam 50% mais dano, dentre outros efeitos que podem parecer pouca coisa, mas que somados passam a fazer diferença.
Além das sementes suas armas também possuem níveis de raridade, nível de arma e modificadores que podem ser obtidos durante as runs e alguns outros que podem ser permanentes de acordo com a arma obtida, mas basicamente, suas armas iniciais não possuem efeitos, apenas modificadores que são obtidos em sessões especificas dos diferentes mapas, e a medida que se vai avançando no jogo você vai conseguindo armas melhores que possuem alguns efeitos fixos, como por exemplo +5 de velicidade de ataque em uma certa espada com nivel 2 de raridade inicial e que ainda possui espaço para mais dois modificadores. (Sim, eu sei, é confuso).
Além disso, você pode começar uma run com uma espada, por exemplo, mas no meio da run você pode encontrar um “mercador” em que você pode trocar para uma foice, ou arma de fogo, as possibilidades são aleatórias e dependem do mapa. Essas opções tornam o jogo bastante diverso e variado, e de fato, cada run se torna única, contudo, mais uma vez: o excesso de informações e pequenas variáveis por vezes chega a incomodar, as vezes eu só queria entrar no mapa sem me preocupar com 15 efeitos de modificadores.
Acaba que me concentrei inicialmente apenas em masterizar o gameplay, como por exemplo: a hora certa de usar o dash. E as armas que mais gostei de usar foram espada e pistola, mas as outras opções são interessantes caso você tenha um perfil de gameplay diferente, experimente, vale a pena. Experimentar é importante porque como já dito são muitas variaveis e pode demorar até você masterizar não apenas os golpes das armas, mas também os modificadores certos para enfim conseguir fazer a run perfeita e conseguir passar de todos os chefes.
Summum Aeterna é um jogo com um desafio extremamente elevado, então prepare-se para recomeçar varias e varias vezes, ou como eu comentei com amigos: apanhar mais que cachorro doido em cidade do interior! Não se engane, esse é um jogo para quem busca desafio!
Parte técnica e desempenho
No que diz respeito ao seu desempenho, vale a pena citar que joguei a versão de PlayStation 4 no PlayStation 5 e não tive nenhum problema com bugs de cenários, quedas de frames ou algo do tipo, o único relato que posso fazer e que me causou certa estranheza foi o jogo ter mudado o idioma sozinho duas vezes sem motivo algum, pois eu sequer estava mexendo nas configurações de idioma do game, mas basicamente procurei a opção de idiomas e coloquei em português novamente, que inclusive a meu ver é sempre um ponto positivo para qualquer jogo: oferêce-lo no maior numero possível de idiomas, o que é o caso aqui, inclusive em português Brasileiro.
Seus gráficos simples e melodia operante podem enganar os desavisados que pensam que é apenas mais um indie metroidvania, na verdade, Summum Aeterna é um Roguelite 2D de respeito, e com uma identidade muito forte, realçada por seus detalhes e inúmeras variáveis que oferecem um desafio tão grande quanto a satisfação em chegar cada vez mais longe.
Review de Summum Aeterna: Vale a pena!
Artisticamente mediano porém com um gameplay cativante, Summum Aeterna é recomendado para quem gosta de jogos 2D desafiadores, tem um “Q” de Castlevania, mas também demonstra toda a modernidade de sistemas complexos de variáveis que vão garantir horas e horas de desafios, builds e recomeços. Morrer e se superar é inevitável em Aeterna.
Se você já está familiarizado com jogos como Castlevânia, Dead Cells e afins, essa é uma ótima opção que pode suprir sua vontade de jogar jogos desse tipo e ainda oferecer um desafio bem diferente por conta das fases procedurais e opções de muitas variáveis, contudo esteja preparado para o desafio e para o recomeço!
- Gameplay
- Graficos
- Trilha Sonora
- desempenho
- História e Contexto
- Dificuldade
- Fator replay