Imagine se Geralt de Rivia parasse em um confronto onde um reino governado por ratos fosse atacado por sapos impiedosos. Difícil de imaginar, não é? Mas é basicamente isso que Tails of Iron é. Desenvolvido pelo Oddbug Studio e publicado pela United Label, o jogo é estruturado como um metroidvania. Protagonizado por Redgi, o game já está disponível nos consoles. O review abaixo foi feito tendo como base a versão de PS5.
A história de Tails of Iron
Você é Redgi, o filho do Rei dos Ratos. Com a idade avançada de seu pai, ele decide que os filhos duelem para decidir quem será o seu sucessor. Logo após vencer o seu irmão mais velho, sua vida muda. A cidade sofre um ataque brutal dos Sapos, onde praticamente toda a população é dizimada.
Redgi consegue fugir, iniciando uma jornada épica de vingança e de reconstrução do reino. A cereja do bolo nisso tudo? Toda a aventura é narrada por Doug Cockle, ninguém menos que o ator de voz de Geralt de Rivia, protagonista de The Witcher.
A voz característica do personagem deixa a bela narrativa criada pelo time da Oddbug ainda melhor. Os NPCs aliados não possuem vozes, eles fazem barulhos estranhos de bichos, logo, a narração é muito bem vinda. Além disso, a dosagem é a ideal e raramente traz interrupções pro jogo, se tornando um raro caso de game onde um narrador não enche o saco!
No mais, a brutalidade de uma guerra entre povos diferentes é muito bem retratada. Fiquei positivamente surpreso com alguns temas sendo retratados como armas biológicas e desenvolvimento bélico. Tails of Iron é um jogo com um enorme foco no período medieval, logo, não esperava que ele adotasse temas um pouco mais modernos.
O Baú do Rei
É claro que em sua jornada de vingança, Redgi tem ao seu dispor um arsenal bastante variado de armas. Os itens são divididos em diversas categorias:
– Armaduras de Peso Leve, Médio e Pesada
– Armas de Uma Mão, Armas de Duas Mãos e Armas de Longo Alcance
Dentro da categoria das armas, temos tipos diferentes. Nas de uma mão, temos machados, espadas e lanças. Inclusive, o jogo faz uma referência incrível ao Mjolnir que acaba sendo a Arma de Uma Mão mais forte do jogo. Também temos referências a Excalibur, uma poderosa espada de Duas Mãos que pertencia ao Rei dos Ratos.
No que tange as armaduras, a boa administração desses itens é de suma importância. Elas possuem pesos diferentes, o que afetam diretamente a movimentação e a velocidade de rolamento do personagem. Além disso, as armaduras possuem tipos de resistência distintos. Algumas aumentam à resistência a Sapos, outras a Besouros e outras à Mosquitos.
Como você só pode trocar de equipamento quando acha algum baú espalhado pelo cenário, é bom se preparar da melhor forma possível antes de cada luta. Outro detalhe clássico de RPGs é que os equipamentos possuem raridades distintas, indo de Comum até Lendário.
No que diz respeito ao combate, temos muita inspiração vindo de Salt and Sanctuary e Hollow Knight. O combate é muito mais cadenciado e estratégico. Se você for afobado, certamente será punido pelos inimigos. Curiosamente, a curva de dificuldade dele funciona de maneira reversa. Da metade pro final o game vai ficando mais fácil a medida que você adquire armas melhores e aumenta seu HP.
Tails of Iron: A Dureza do Trono
Durante boa parte da trama, Redgi precisa reconstruir seu reino. Para isso, é necessário mão de obra e, claro, moedas de ouro para pagar pelos materiais de construção. É a partir disso que surgem as atividades secundárias do jogo: Missões da Fazenda, Missões dos Caçadores e Missões de Arena.
Completar essas tarefas concedem ao jogador moedas de Ouro que são usadas para adquirir itens para completar missões e, claro, para realizar os reparos necessários no castelo. Ao todo são três sessões que precisam de reparo:
– O Ferreiro
– O Cozinheiro
– O Trono
Como já era de se esperar, o Ferreiro é capaz de criar novos armamentos ao receber projetos de armas. O Cozinheiro possui 4 receitas diferentes. Ao completar cada uma delas, o HP de Redgi aumenta de maneira permanente. No geral, todos os sistemas são bem intuitivos e funcionam bem. Outra coisa muito bem implementada é a exploração.
A locomoção no jogo é bem responsiva e explorar as salas SEMPRE traz recompensas. Seja com algum item de receita do Chef ou armas/equipamentos. Poucos jogos do gênero conseguiram implementar esse excelente ritmo e senso de recompensa como Tails of Iron. Baita acerto da equipe! E, antes que você imagine, sim, o jogo tem viagem rápida entre as diferentes partes do mesmo.
Recursos do PS5
Surpreendentemente, Tails of Iron tem suporte às funções do DualSense. Apesar do uso tímido, a aplicação ainda é melhor do que a de outros games de porte e orçamento maior. Além disso, o jogo praticamente não possuem loadings. Durante minhas quase 7 horas com o jogo, tive leves quedas de frames em alguns trechos. Contudo, por jogar bem antes do lançamento, o famoso patch de Dia Um não estava presente.
Infelizmente, o jogo não possui suporte algum para o Game Help, tampouco para os Cartões de Atividades do PS5. O apoio à esses recursos está ficando cada vez mais raros.
Tails of Iron: Vale MUITO a pena!
Após F. I. S. T.: Forged in Shadow Torch e Ender Lilies, Tails of Iron chega para provar que o gênero metroidvania nunca esteve tão forte e popular como agora. Com mecânicas sólidas, a voz de Geralt e um mundo bastante original, é muito difícil não ser fisgado pelo jogo. Um acerto gigantesco da Oddbug Studio e da publisher United Label!
PS: Esta análise foi feita com um código do jogo para PS5 cedido pela assessoria da United Label.