The Lonesome Guild é um novo RPG feito pelo Tiny Bull Studios com publicação assinada pela Don’t Nod. Com uma visão isométrica, cores vibrantes e a amizade e união como temas centrais de sua história, The Lonesome Guild não se propõe a reinventar a roda, pelo contrário, a ideia do projeto é entregar uma aventura cheia de afeto e com personagens bem humorados.
Mas será que isso é o suficiente pra fazer valer o seu tempo? É isso que você vai descobrir nesse review de The Lonesome Guild.
Xô, solidão
Na história do jogo, o mundo está sendo encoberto por uma névoa vermelha que rapidamente descobrimos que se trata da Solidão. Logo no começo da história somos introduzidos à Ghost, um fantasma.
Sem memória, um dos dois objetivos centrais da história é ajudar a recuperar as lembranças do personagem enquanto colocamos um fim na solidão. Como mencionei mais acima, The Lonesome Guild tem um tom leve.
Os personagens são bem irreverentes e brincalhões, contudo, a narrativa conta com dois pontos negativos enormes que prejudicam e muito a experiência. O primeiro e mais grave – não existe PT-BR no jogo. Todos os textos estão em inglês, o que serve como empecilho para mergulhar 100% na história para quem não entende o idioma.
O segundo problema é a falta de voz nos diálogos. Eles trocam conversas e experiências ao som monótono da trilha sonora e isso gera uma desconexão com o que está sendo dito e obviamente afasta o jogador da trama.
Eu entendo que o jogo é feito por um estúdio pequeno, contudo, a Don’t Nod assina como publisher e essa falta de cuidado é difícil de entender.
Direto ao ponto
O combate de The Lonesome Guild apresenta boas ideias e, em virtude disso, tinha tudo pra ser fantástico e viciante. Infelizmente, não é isso que acontece. O pilar central do combate consiste na troca entre personagens ao longo da luta.
A medida que os segundos passam no embate, um personagem não controlado entra no estado de Blazed, como se fosse furioso, causando mais dano. Essa mecânica é interessante por que ela incentiva o jogador a ficar trocando de personagem nas lutas para otimizar o dano causado.
O Fantasma também apresenta uma habilidade suprema que causa dano massivo em área e habilidades de suporte. Infelizmente, os combates de The Lonesome Guild apresentam vários problemas.
Os golpes não possuem impacto, o que remove completamente o prazer de se envolver em lutas. Outro ponto negativo é a simplicidade extrema do combate. Não temos construção de combos, o que torna os confrontos contra os chefes algo bem monótono.
Por fim, mas não menos importante, até os inimigos comuns possuem uma quantidade massiva de HP, o que torna eles esponjas de dano. Em resumo, batalhar no game não é nada divertido. A progressão dos personagens acontece de maneira tão simples quanto o combate.
Temos três frentes de evolução – o nível de relacionamento, aumentado através de itens e ao realizar conversas no acampamento, o nível do personagem, que sobe ao ganhar XP matando inimigos e realizando missões secundárias e, por fim, através de equipamentos.
Por falar em equipamentos, eles são obtidos em missões e dentro de baús que são encontrados ao explorar os cenários lineares. Uma coisa que me desagradou bastante foi a ausência de um mapa fixo. Só encontramos o mapa da subárea no acampamento e é uma droga ter que ficar voltando até o mapa físico pra ter uma noção dos locais que não fomos ainda.
Uma guilda bem amarrada
Tecnicamente, The Lonesome Guild faz o arroz com feijão, ao menos no PS5 Pro. Não tive nenhum problema de bug, crash ou queda de frames e o tempo de carregamento está bem rápido. Vale mencionar que estamos falando de um indie isométrico com visual cartoonesco, logo, não é um projeto nada exigente em termos de hardware.
Por falar no visual, o estilo artístico escolhido caiu como uma luva em relação aos temas que The Lonesome Guild se propõe a debater. Estamos enfrentando a solidão, logo, cores vibrantes sempre são bem-vindas.
A trilha sonora está boa, contudo, os efeitos sonoros deixam a desejar e são quase imperceptíveis, prejudicando a imersão no mundo do jogo.
Review de The Lonesome Guild: Vale a Pena?
The Lonesome Guild tem algumas ideias boas, contudo, o jogo se esbarra na falta de orçamento, um combate tedioso e na duração exagerada, tornando difícil sua recomendação no lançamento. Com tantos outros jogos com propostas similares e com qualidade superior, aconselho você aguardar uma promoção ou esperar o jogo entrar em algum serviço.
Com boas ideias, The Lonesome Guild se esbarra nos limites do seu orçamento e entrega bons personagens, com uma história que se extende mais do que deveria e um combate sem impacto.
- História
- Jogabilidade
- Visuais
- Desempenho
- Som