Sou fã de Resident Evil desde a época dos clássicos do PlayStation. Sempre gostei de survival horror e daquela mistura entre tensão, puzzles e curiosidade que só esse tipo de jogo oferece. Então, quando recebi a missão de fazer esta review de Tormented Souls 2, fiquei animado.
A sequência da Dual Effect prometia resgatar o clima dos velhos tempos e eu queria descobrir se ela conseguiria entregar uma experiência à altura. Será que vale o investimento? Será que agrada aos fãs de Resident Evil e Silent Hill? Vamos descobrir juntos.

Um retorno ao terror clássico
A sequência começa com Caroline levando sua irmã Anna até o convento de Villa Hess, esperando encontrar ajuda para os pesadelos e visões que atormentam a garota. O que parece um refúgio logo se transforma em um pesadelo: Anna desaparece, e Caroline acorda em um local estranho, presa e cheia de agulhas pelo corpo.

A partir daí, Tormented Souls 2 mergulha em uma história de mistério e fanatismo religioso. O enredo prende, porém, não por reviravoltas inesperadas, mas pela curiosidade constante sobre o que está acontecendo naquele lugar.

Eu gostei da história: ela é consistente, mantém o ritmo e entrega respostas, mas não chega a ser memorável. Ainda assim, funciona muito bem dentro da proposta do jogo.

Um convento infernal
O visual está bem acima do primeiro jogo. A Dual Effect melhorou bastante os modelos de personagens e o uso da iluminação. Mesmo sem competir com produções maiores como Silent Hill 2 Remake ou Resident Evil 4, Tormented Souls 2 tem uma direção de arte sólida.

A ambientação é o que realmente brilha. O convento é claustrofóbico e repleto de detalhes que reforçam a sensação de isolamento. A iluminação também é um dos pontos altos do game. É o tipo de cenário que faz você andar devagar, com aquele receio característico de um survival horror.

O jogo mantém o estilo de câmera fixa, com ângulos que valorizam o suspense e lembram diretamente os Resident Evil antigos. Em alguns momentos, a câmera acompanha Caroline por longos corredores, ampliando a sensação de escala, portanto, é um toque moderno em uma estrutura clássica.

Jogue de fone!
Os efeitos sonoros são excelentes e cumprem um papel essencial. Jogando com fones, dá pra perceber o cuidado com os detalhes: o barulho de portas, passos, corvos voando, gritos de dor, etc.
Trilha sonora e localização PT-Br.

A trilha sonora, porém, é mais contida. O piano e os tons sutis ajudam a manter o clima, mas não chegam a marcar. Faltou aquele impacto sonoro que transforma momentos em memórias, mas, ainda assim, o trabalho de som é competente e ajuda a manter o jogador imerso.
O jogo está totalmente localizado em português (menus, legendas e descrições), o que facilita para quem não domina outros idiomas. Só o áudio permanece em inglês.
A jogabilidade
O sistema de movimentação segue a linha “controle tanque” dos jogos antigos, o que reforça a sensação de peso e vulnerabilidade. Caroline não é uma combatente, e o jogo deixa isso claro. Assim, ela não é rápida, não tem reflexos de heroína de ação, e isso combina bem com o clima de desespero.

Os combates, no entanto, são o ponto mais fraco. A mira é travada e o impacto dos tiros é pouco satisfatório, mesmo com armas como a escopeta ou a pistola de pregos. Ainda assim, há variedade no arsenal, e a sensação de estar sempre em perigo, mantém o jogador ligado na tela.

A cura funciona de forma tradicional, com o uso de analgésicos e seringas. O gerenciamento de recursos continua importante, portanto, nada de sair gastando munição à vontade.

Tormented Souls 2 é difícil?
Tormented Souls 2 oferece três níveis de dificuldade: o assistido, o padrão e o tormento. No modo guiado, o jogo é mais acessível com inimigos mais fracos, munição em abundância e puzzles com dicas. O modo normal oferece o equilíbrio ideal, enquanto o intenso é desbloqueado após terminar a campanha.
Portanto, essa estrutura incentiva novas jogadas, especialmente para quem gosta de desafio. E o melhor: o sistema de salvamento reforça a nostalgia.

As salas seguras voltam, e para salvar o progresso é preciso encontrar fitas de gravação. Quando Caroline grava, ela narra seus sentimentos e pensamentos, o que adiciona um toque narrativo interessante.


Exploração, puzzles e aquele toque retrô
Os puzzles continuam sendo um dos destaques. Há enigmas que exigem observação e lógica, mas nada absurdo. Entretanto, alguns dependem de prestar atenção em anotações e objetos espalhados, o que reforça o ritmo de exploração.

Eu achei o equilíbrio bom: desafiador, mas sem travar o progresso.
Explorar o convento é recompensador. Há itens escondidos, passagens secretas e portas trancadas que só podem ser abertas com o uso criativo de ferramentas, como o martelo, que pode arrombar certas fechaduras. O mapa é útil, marcando pontos de interesse e locais ainda inacessíveis.

A escuridão faz parte do gameplay
A escuridão é sua inimiga. Caroline depende do isqueiro para sobreviver, e andar muito tempo nas sombras pode ser fatal. Isso cria momentos de apreensão, especialmente quando o jogador precisa escolher entre iluminar o caminho ou se defender.
O jogo acerta ao usar a iluminação como elemento de gameplay, e isso dá mais importância às explorações.
Conclusão
Finalizo esta minha review de Tormented Souls 2 declarando que o título não tenta reinventar o gênero, e é justamente por isso que funciona. A Dual Effect entende o que fez os survival horrors dos anos 90 tão marcantes e entrega uma experiência fiel a esse espírito.
A história é boa, ainda que não inesquecível; o visual cumpre bem seu papel; e a ambientação é o destaque absoluto. O combate deixa a desejar, mas não compromete o conjunto.
No fim, é um jogo que respeita suas inspirações, mas também tem identidade própria. Para quem sente falta daquele terror metódico, de câmeras fixas e puzzles elaborado, Tormented Souls 2 é um retorno bem-vindo.
Curtiu esta review de Tormented Souls 2? Comente!
Um retorno digno ao terror clássico
Tormented Souls 2 é um retorno sólido ao terror clássico. A Dual Effect acerta ao priorizar o clima e a ambientação, mesmo com alguns tropeços técnicos e um combate pouco refinado.
É um jogo que não tenta reinventar o gênero, mas entrega exatamente o que promete: uma experiência de survival horror autêntica, feita para quem ainda sente falta do medo à moda antiga.
O que faz Tormented Souls 2 brilhar
- Clima retrô certeiro: recria com precisão o terror dos anos 90.
- Atmosfera envolvente: o convento é opressivo
- Localizado para o Brasil: menus e legendas em português ajudam
- Puzzles bem dosados: desafiam sem frustrar.
- História consistente: simples, mas bem contada.
Onde o game poderia ser melhor
- Combate travado: mira e impacto poderiam ser melhores.
- Trilha sem destaque: cumpre o papel, mas não marca.
- Dificuldade irregular
- Pouca inovação: depende demais da nostalgia.
- Visuais
- Desempenho
- Jogabilidade
- Trilha Sonora/Efeitos Sonoros
- História