Em 2006, uma nova e pesada forma de retratar a guerra nos videogames chegou as mãos dos jogadores: Company of Heroes, um RTS que permitiu aos jogadores experimentarem o que foi a Segunda Guerra de maneira mais realista e tática.
Quase 20 anos depois, o primeiro jogo da franquia, mais suas duas expansões, Opposing Fronts e Tales of Valor, chegam a uma nova plataforma, o Nintendo Switch, com um novo esquema de controle mas a mesma experiência engajante de outrora. Confira nossa review a seguir:
Atalhos e mais atalhos
Mesmo já tendo jogado lá atrás essa campanha, é inegável que me senti bem satisfeito em rejogá-la nessa nova perspectiva, mais portátil mas ainda sim tão efetiva quanto antes. Começando no desembarque na Normandia, o jogo não poupa brutalidade ao mostrar os soldados falecendo de maneira brutal em uma cg inicial bem efetiva em demonstrar o tom do jogo.
Logo depois disso, as missões começam e é aqui que o pulo do gato ocorre: é claro que sem um teclado e mouse, a experiência seria muito diferente e teria que ser adaptada, e a maneira que a Feral Interactive achou para isso foi criando uma série de atalhos em que combinações de botões permitem que o jogador possa ter acesso a todas as funções disponíveis na versão veterana da franquia.
Não vou mentir que demorei bastante para me acostumar com as combinações necessárias muitas vezes para fazer coisas simples como construir novos soldados ou instalações, mas depois de uma ou duas horas o jogo já parecia minha casa, funcionando como o esperado e cheio de momentos tensos em sua extensa campanha mostrando a realidade da Segunda Guerra de maneira engajante e curiosa, bem diferente de um Call of Duty da vida.
Jogo de 2006, port com sacrifícios
Embora a campanha seja extremamente engajante, o fato é que nossa real lembrança sobre Company of Heroes normalmente envolve longas sessões de multiplayer em LAN. Não esperávamos, obviamente, uma LAN party no Nintendo Switch, mas pelo menos a presença do modo multijogador no título – situação que não ocorre na versão atual do jogo, embora ele esteja prometido a chegar no console em atualização futura.
Outra coisa que me chamou atenção é como o jogo, de 2006, manteve os visuais de duas décadas atrás, mas ainda sim, de alguma forma, continua rodando a 30 fps. Os soldados são angulares e tem movimentação pouco natural, os gráficos são um tanto borrados assim como em nossos PCs duas décadas atrás e assim por diante, mas o jogo não passa dessa configuração de quadros por segundos por motivos que não consegui entender bem, já que mesmo o Nintendo Switch teria poder para rodá-lo a 60 FPS.
A decisão talvez seja uma questão de paridade com a experiência original, mas mesmo assim achei curioso. Quem sabe futuras atualizações, com a inclusão do Multiplayer, também não melhorem essa questão, não é mesmo?
Uma guerra portátil
RTSs em geral não são exatamente o tipo de jogo que você tenta jogar num console, mas cá estamos no Nintendo Switch com uma versão do primeiro Company of Heroes suficientemente engajante e bem feita para permitir horas de diversão portáteis.
Claro que, como citamos, faltaram algumas coisinhas, principalmente considerando a idade do jogo, mas é inegável que a experiência ficou boa e acessível. Para quem não jogou o original, ele se torna uma ótima opção de experimentar a campanha, mas a falta do multiplayer, pelo menos no momento, faz com que a experiência, embora interessante, não esteja completa.
De qualquer forma, ele é mais um jogo para complementar a enorme e rica biblioteca do Nintendo Switch, que vai se aproximando de seu fim de vida como talvez uma das mais completas já vistas em um videogame.
Company of Heroes Collection (Switch)
- Narrativa e lore
- Jogab ilidade
- Conteúdo secundário
- Visuais
- Som
- Parte técnica