Roguelikes com fases geradas aleatoriamente são, já há alguns anos, uma grande tendência da indústria de games – o que fez que eu começasse Loot River, da desenvolvedora Straka Studios, com certas expectativas comuns ao gênero. Qual não foi minha surpresa, porém, ao ver que ele consegue trazer seus próprios sistemas para algo que, para muitos pode parecer explorado a exaustão?
Seja a partir de puzzles que relembrem Tetris ou um engajante combate em tempo real, Loot River traz muitas surpresas. Confira em nosso review:
Aprofundando em combate em Loot River
Loot River coloca o jogador no papel de um herói morto vivo criado pelo poder de uma relíquia, que além de o ressuscitar também o concedeu a habilidade de modificar o chão que ele se encontra – mecânica importante para exploração dos ambientes gerados proceduralmente.
A partir dessa premissa, Loot River vai apresentando tropos clássicos dos videogames roguelike – acesso a uma grande gama de armas como espadas, lanças e machados, cada um com sua própria jogabilidade e prós e contras. O personagem também conta com uma mecânica de parry, que neste caso é capaz de, quando bem executada, impedir o ataque do inimigo e dar chance a golpes melhores aplicados.
Pegando também inspiração de RPGs de ação, existe uma grande gama de anéis equipáveis no jogo que podem ser utilizados para dar pequenos buffs ao personagem, seja em ataque, defesa, ou mesmo feitiços. Armaduras também estão presentes, dando ao jogador uma experiência completa de montar um personagem e partir para o combate.
Todas essas mecânicas, porém, não brilhariam se o jogo não apresentasse tantos desafios interessantes – o que não é o caso. Os inimigos são diversos e criativos, cada um contando com seus próprios tempos de ataque e padrões específicos, fazendo com que a cada novo adversário os jogadores tenham que conhecer e entender novas situações para poder proceder – se não, você acaba tendo que volta para o início do jogo perdendo boa parte de suas conquistas, como comum em todo roguelike.
Puzzles nem tão engajantes, mas ainda interessantes
O que descrevemos e opinamos acima, porém, não deixam de ser mecânicas normais em roguelike. No caso de Loot River, além delas, ele apresenta uma interessante mecânica de puzzle, em que o jogador pode movimentar livremente plataformas flutuantes.
Nas dungeons do jogo, essa mecânica é usada para movimentação e liberar passagem para outras áreas, além de alcançar itens secretos, como armas, poções ou armaduras. Infelizmente, a constante repetição do uso dessa mecânica gera um certo cansaço e fadiga mesmo em um jogo curto, comigo já ficando de saco cheio dela lá pela quarta ou quinta vez em que apareceu.
Certos momentos de combate que exigem o manejo delas também incomodam, já que enquanto o uso das variadas armas, da mecânica de parry e dos movesets dos adversários seja engajante, o fator de movimentar das plataformas é uma peça que não se encaixa tão bem, gerando mais frustração do que diversão – não que isso destrua a experiência, mas acredito que ela poderia ter sido melhor trabalhada.
Loot River: uma boa tentativa em sair do comum
Loot River não é o melhor roguelike do mercado, mas é um dos que mais tenta coisas novas. Sua história curta, sua jogabilidade excelente em momentos e frustrante em outros e, por fim, seu visual pixelado charmoso, como padrão em muitos indies, criam uma interessante experiência, que embora não vá se tornar uma das fundamentais da indústria, se torna um curioso momento dos lançamentos de 2022.