O meu primeiro contato com as obras de Robert Kirkman foi com The Walking Dead, série derivada da HQ homônima do autor. Na ocasião, assistir aos episódios me levou aos quadrinhos e a realmente achar incrível o potencial de Kirkman em desenvolver mundos, personagens e conflitos. Não foi por acaso que, por um tempo, a adaptação televisiva de Walking Dead se tornou o programa mais assistido nos Estados Unidos. Mas Kirkman não se limitou aos zumbis: ele também criou um universo de super-heróis com um verniz de sátira e exagero. Seu nome? Invincible, Invencível no Brasil. A HQ ganhou uma adaptação pela Amazon com uma primeira temporada de muito sucesso e, recentemente, foram lançados novos episódios para o seriado. Com o grande público interessado, era de se imaginar que seriam produzidos novos produtos baseados no universo e um deles foi um jogo mobile: Invincible: Guarding The Globe, da Ubisoft Barcelona. Nos últimos dias estive testando o game para cravar se ele vale a pena. Vamos descobrir?
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Gráficos
Invincible: Guarding The Globe possui em vários momentos uma identidade visual semelhante à da série, com um clássico visual 2D. Isto fica evidente nas cutscenes, nos designs que antecedem as fases e portraits dos personagens. Na jogabilidade em si, entretanto, temos visuais mais voltados para o 3D, com os heróis e vilões sendo retratados neste estilo. A mudança não incomoda e os elementos funcionam bem. Além disso, as interfaces são fluídas e de fácil entendimento, sem poluição desnecessária.
Jogabilidade e história
A jogabilidade de Invincible: Guarding the Globe possui vários elementos que você normalmente encontra em jogos mobile, potencializados pelos elementos do universo do game. A gameplay se divide em três seções específicas. Em todas elas montamos um time de até cinco heróis que podem lutar contra outro time, também de até cinco personagens. As lutas envolvem combate intenso com animações de alta qualidade, algo realmente de encher os olhos. O curioso é que a maior parte deste combate é feito sem a interferência do jogador, que apenas organiza a ordem e quais personagens utilizar, o equipamento que eles têm à disposição e, caso queira, determina o momento dos especiais serem utilizados (algo que também pode ser automatizado). É uma decisão para privilegiar combates em tempo real, pois a outra opção muito provavelmente seria transformar Invincible: Guarding The Globe em um game com turnos.
A história possui grandes spoilers da primeira temporada, então se você possui a intenção de assistir Invincible fica o aviso. Basicamente os Guardiões Globais, equipe de super-heróis que parodia a Liga da Justiça, foram mortos na primeira temporada pelas mãos do Omni-Man, que supostamente seria um dos maiores defensores da Terra. O falso herói acaba mostrando sua face maligna ao próprio filho, Mark, no final da temporada e parte da Terra quando sente seu coração em conflito.
É a partir daí que o modo campanha do game tem vez, com uma história que aborda a Agência de Defesa Global (ADG) lutando contra ameaças que curiosamente envolvem a clonagem de super-heróis, o que acaba justificando a presença de vários deles nas batalhas em alianças que normalmente não estariam. A parte da campanha é interessante, mas confesso que senti um certo marasmo, como se o game estivesse demorando para entregar as respostas ao jogador e repetisse o mesmo enredo em determinados capítulos. Aos poucos, porém, a trama vai se formando e nos mostrando um certo desenvolvimento, ainda que lento. Imagino que esta escolha seja feita justamente para aumentar a vida útil do game e impedir que qualquer pessoa zere a campanha de maneira muito rápida.
O menu de personagens é bastante amplo, com personagens icônicos como Invencível, Eve Atômica, Omni-Man, Imortal, Dupli-Kate e outros. Contudo, ainda há personagens a serem introduzidos, o que provavelmente será feito nas próximas semanas ou meses.
Outro modo de jogo são as missões da ADG, que são tarefas de tipo “horda” que podem ser realizadas quando o jogador está longe do celular. Deve-se enfrentar o máximo de criaturas possíveis para obter recompensas, sejam elas itens para o inventário, fichas da ADG, fichas de EXP etc. O último modo de jogo se chama Aliança Global e envolve o multiplayer. Como o nome sugere, podemos fazer alianças com outros jogadores e lutar contra hordas em diversas regiões para desbloquear recompensas.
Existem quatro tipos de recursos. O mais comum são as Fichas da ADG, usadas para compras em geral e que podem ser obtidas de maneira gratuita durante combate e missões. As Joias da ADG são como as Fichas, porém mais especiais. Podem ser obtidas da mesma forma, porém em menor número, incentivando o jogador a realizar compras no game para progredir mais rápido. A EXP e a EXP de herói são outros dois recursos que funcionam de maneira parecida às Fichas e Joias e permitem que os heróis evoluam.
As microtransações não são necessárias para avançar no game. Entretanto, como em muitos outros jogos do gênero, não gastar vai tornar a progressão bem mais lenta. Abaixo você confere alguns dos valores para compra de recursos:
Localização, trilha sonora e desempenho
Invincible: Guarding The Globe possui uma boa trilha sonora, evocando heroísmo e aventura. O jogo não possui trabalho de voz, mas a localização para o português é muito bem feita e competente. Já no que se refere ao desempenho, o game foi testado em um Galaxy M23 5G, smartphone que entra na linha dos intermediários e que conta com um Snapdragon 750G Qualcomm. O processador ajudou a otimizar a experiência e trouxe uma jogabilidade muito fluída, até quando os poderes dos personagens foram testados ao máximo com múltiplas habilidades especiais sendo usadas. Alguns engasgos foram notados no modo de Aliança Global e quando o celular estava com múltiplas abas abertas mas, de forma geral, é correto presumir que o jogo se comportará bem na maior parte dos dispositivos.
O veredito para Invincible: Guarding The Globe
Invincible: Guarding The Globe se encaixa bem na proposta de um game mobile para o universo de Invincible. Trazendo uma nova história, tendo uma jogabilidade agradável e contando com uma interface convidativa, o jogo promete ser uma boa pedida não só para os que gostam da série, mas também para qualquer fã de jogos de super-herói. Embora algumas coisas pudessem ser melhor trabalhadas como uma campanha mais dinâmica e ágil, isto não chega a arranhar o game e ele permanece como uma boa recomendação. Vale a pena!
Obs: Esta análise foi feita em um Samsung Galaxy M53 através de um convite de acesso antecipado feito pela Ubisoft, a quem agradecemos.
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Invincible: Guarding The Globe é um interessante jogo mobile capaz de manter o jogador engajado ao mesmo tempo em que traz uma nova história para o universo de Invencível.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha sonora